Ofuscar a crise com o Sol

Notícia - 16 - jun - 2016
Greenpeace compõe mesa de debate no Senado Federal sobre alternativas à produção de energia hídrica e passa o recado: energia solar é a resposta – inclusive para a crise

Barbara Rubim, porta-voz do Greenpeace, defende Energia Solar em audiência pública no Senado (© Alan Azevedo / Greenpeace)



À convite da Comissão Mista de Mudanças Climáticas, o Greenpeace participou ontem (15) de debate sobre energias renováveis e sustentáveis no Senado Federal, em Brasília. A conversa abordou principalmente o potencial brasileiro na produção de energias renováveis não hidráulicas. Participaram também representantes da Associação Brasileira das Empresas de Energia Eólica (ABEEólica) e da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).


Barbara Rubim, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil, foi a porta-voz que compôs a mesa de debate e ela deixou claro em sua fala como a Energia Solar pode trazer inúmeros benefícios ao país. Para ela, quando se fala de hidrelétricas, percebe-se que o governo, apesar da crise de estiagem, dos impactos socioambientais e do alto nível de corrupção das empreiteiras responsáveis por essas obras, continua insistindo nesses mega empreendimentos no meio da Amazônia.

“O Greenpeace lançou hoje [ontem] uma campanha global para deixar o Rio Tapajós correr livre. A hidrelétrica de São Luiz do Tapajós vai alagar uma área equivalente a 55 campos de futebol”, defendeu ela. É nesta região que habitam cerca de 13 mil índios Munduruku. “Peço à essa Casa que ajude a barrar a construção desse empreendimento”.


Ao destacar a importância de descentralizar nossa produção energética, Rubim levou em conta os altos níveis de perda de energia durante o processo de distribuição. “Quando passamos a gerar a energia perto do centro consumidor, reduzimos em cerca de 15% a perda de energia no transporte”, explicou ela.

Energia Solar também é solução para a crise, que já soma cerca de 11 milhões de desempregos. Com investimentos nessa fonte, é possível gerar até 2030 quase 4 milhões de empregos verdes diretos e indiretos, o que corresponde a um terço do número atual de pessoas sem postos de trabalho.

“Por outro lado, temos um cenário de alta tributação, com sobrecusto de 15%, além de não termos linhas de financiamento apropriadas”, apontou Rubim. Segundo ela, é preciso liberar o FGTS para sistemas fotovoltaicos e garantir a isenção de tributos federais como o IPI e o PIS-Cofins.


E nada melhor do que um belo exemplo para comprovar nossa posição: a solarização de uma escola em Uberlândia (MG). Com um investimento de R$ 75 mil em um sistema fotovoltaico, a Escola Municipal Prof. Milton de Magalhães Porto passou a gerar uma economia anual de R$ 15 mil. Isto é, o tempo de retorno do investimento é de apenas cinco anos, sendo que a vida útil do sistema ultrapassa duas décadas.

O Greenpeace continua seu trabalho de incentivar a energia solar e espalhar essa ideia por todo o Brasil. Ajude-nos você também a solarizar esse país! Acesse aqui.