Pelo direito de estar na rua defendendo direitos

Notícia - 27 - mar - 2014
Greenpeace vai às ruas hoje para defender o direito de se manifestar e demandar direitos, a não-violência e o diálogo democrático

Em sinal de paz, manifestante ocupa av. Paulista com rosas brancas nas mãos, pedindo redução no preço da tafira de metrô e ônibus. (foto: Brunno Marchetti)

Como organização fundada sob os princípios do ativismo e da não-violência, o Greenpeace participa, hoje, de duas atividades para defender o direito de se manifestar por direitos. Participaremos do 9º debate sobre “Militarização e Lei Anti-Terror”, organizado pelo Comitê Popular da Copa de São Paulo e estaremos no 4º Grande Ato Contra Copa em São Paulo.

O Greenpeace não se opõe à Copa do Mundo em si - nem ao futebol e à seleção brasileira -, mas não concorda com o modo como os preparativos para a Copa vem sendo conduzidos. O montante de recursos destinado para as obras e infraestrutura do evento é um insulto à população brasileira quando comparado com a verba destinada aos direitos básicos como transporte, saúde, educação, moradia, entre tantos outros. 

Como se o inegável déficit social do governo em relação à população não fosse suficiente, a Copa ainda tem sido justificativa para repressão policial e aprovação de leis que criminalizam manifestantes.

Diante dos pedidos da população brasileira que revelam o desejo de mais participação nas decisões políticas e de diálogo, o governo tem dado a indicação de que irá na direção contrária. O que tem sido visto é o endurecimento da legislação e o uso desta como ferramenta para a repressão, além do cerceamento do direito à manifestação e à liberdade de expressão.

Mesmo assim, milhões de brasileiros foram e continuam indo às ruas pelo direito de expressar seus anseios por mudanças e também para condenar qualquer tentativa de criminalização dos movimentos sociais. O que se espera por parte do Estado é o diálogo democrático e não o uso de violência para lidar com as manifestações.

Nesse contexto de recrudescimento da repressão estatal como o que estamos vivendo, o Greenpeace acredita que faz parte de sua missão estar nas ruas ao lado de pessoas, movimentos e coletivos que estão há muito tempo reivindicando seus direitos. E, principalmente, estar nas ruas reivindicando o direito de ir às ruas -  sem medo, como prevê nossa Constituição – e afirmando a não-violência, um dos valores da organização que define a forma como atua.

Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional, diz que “a raiva, a frustração e a descrença no atual modelo político são perfeitamente compreensíveis. No entanto, a não-violência é a melhor tática e estratégia. A violência é eticamente, taticamente e estrategicamente falha uma vez que se queremos criar uma sociedade diferente, essa sociedade deve ser construída no diálogo, no amor e no respeito. E se não pudermos controlar a nossa raiva, por mais legítima que ela seja, significa que estaremos dando munição àqueles que não desejam a mudança para que digam que não somos legítimos.”

Atos isolados de manifestantes não podem ser usados para justificar o recrudescimento da repressão policial contra todos.

Pela defesa dos direitos sociais. Pelo direito de ir para as ruas, sem medo.

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