Pesquisa mostra que população japonesa é contra caça de baleias

Notícia - 17 - fev - 2008
Segundo levantamento encomendado pelo Greenpeace,71% dos japoneses não apóia matança no Santuário da Antártica.

Jubartes se alimentam próximas ao navio Esperanza, no Oceano Antártico, onde o Greenpeace está realizando uma pesquisa não-letal sobre a população de baleias na região.

O navio do Greenpeace, Esperanza, entre o baleeiro Yushin Maru e o navio-fábrica Nisshin Maru, ambos da frota japonesa. Desde que a perseguição aos baleeiros japoneses começou, no dia 13 de janeiro, nenhuma baleia foi morta na Antártica.

Pesquisa de opinião encomendada pelo Greenpeace e lançada nesta segunda-feira revela que a maioria da população japonesa não apóia a caça de baleias no Santuário da Antártica. Segundo o levantamento feito pelo Centro de Pesquisa Japonesa, empresa da Gallup International Association, 71% do povo japonês não apóia a caça de baleias em águas internacionais.

Um número ainda maior (87%) dos pesquisados não sabia que parte dos impostos cobrados no Japão ajudam a subsidiar a atividade baleeira do país. Atualmente o governo japonês financia a caça de baleias com quase 500 milhões de yens (aproximadamente US$ 5 milhões) anualmente.

"O Greenpeace junta-se à voz da maioria da população japonesa e pede mais uma vez para que a frota baleeira japonesa seja imediatamente retirada do Santuário de Baleias Antártico", afirma o coordenador da campanha de baleias do Japão, Junichi Sato.

Os pesquisadores entrevistaram 1.051 pessoas de 15 a 60 anos. Cada uma delas recebeu um questionário com 18 perguntas relacionadas à caça de baleias.

"As conclusões da pesquisa trazem um rude contraste com os mitos trazidos pela Agência Japonesa de Pesca de que matar as baleias no Santuário de Baleias do Oceano Antártico é agir em defesa da cultura japonesa e do apoio da população. A maior parte do povo japonês conhece pouco sobre o que tem sido feito em seu nome e com o seu dinheiro, enquanto a maioria não apóia a caça que está em curso", diz Sato.

O Greenpeace passou duas semanas perseguindo a frota baleeira japonesa no Oceano Antártico, em janeiro deste ano, para evitar a caça de baleias na região. O navio da organização, Esperanza, conseguiu impedir a matança mantendo-se próximo ao navio-fábrica japonês Nisshin-Maru, evitando que a embarcação recebesse baleias arpoadas pelos baleeiros. Mais de 100 baleias foram salvas no período e a ação do Greenpeace na Antártica ajudou a mobilizar a opinião pública mundial contra a caça - o Japão chegou a anunciar a desistência de matar 50 jubartes, espécie ameaçada de extinção, conforme o planejado inicialmente. Mas manteve a cota de centenas de baleias minkes e 50 fins, esta também ameaçada de extinção.

"A pressão que criamos na Antártica será agora transferida para ações em terra, com manifestações nas ruas e trabalhos políticos voltados para a reunião da Comissão Internacional Baleeira (CIB), em junho no Chile", conta Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha de Baleias do Greenpeace Brasil que esteve a bordo do Esperanza. "Vamos lutar pela criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul e pressionar o Japão para encerrar de uma vez por todas a caça de baleias."


Confira detalhes da expedição do Esperanza na Antártica assistindo aos vídeos do Canal das Baleias.

Saiba mais sobre a importância dos santuários para a proteção das baleias.

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