Jubartes se alimentam próximas ao navio Esperanza, no Oceano Antártico, onde o Greenpeace está realizando uma pesquisa não-letal sobre a população de baleias na região.
O navio do Greenpeace, Esperanza, entre o baleeiro Yushin Maru e o navio-fábrica Nisshin Maru, ambos da frota japonesa. Desde que a perseguição aos baleeiros japoneses começou, no dia 13 de janeiro, nenhuma baleia foi morta na Antártica.
Pesquisa de opinião encomendada pelo Greenpeace e lançada nesta
segunda-feira revela que a maioria da população japonesa não apóia
a caça de baleias no Santuário da Antártica. Segundo o levantamento
feito pelo Centro de Pesquisa Japonesa, empresa da Gallup
International Association, 71% do povo japonês não apóia a caça de
baleias em águas internacionais.
Um número ainda maior (87%) dos pesquisados não sabia que parte
dos impostos cobrados no Japão ajudam a subsidiar a atividade
baleeira do país. Atualmente o governo japonês financia a caça de
baleias com quase 500 milhões de yens (aproximadamente US$ 5
milhões) anualmente.
"O Greenpeace junta-se à voz da maioria da população japonesa e
pede mais uma vez para que a frota baleeira japonesa seja
imediatamente retirada do Santuário de Baleias Antártico", afirma o
coordenador da campanha de baleias do Japão, Junichi Sato.
Os pesquisadores entrevistaram 1.051 pessoas de 15 a 60 anos.
Cada uma delas recebeu um questionário com 18 perguntas
relacionadas à caça de baleias.
"As conclusões da pesquisa trazem um rude contraste com os mitos
trazidos pela Agência Japonesa de Pesca de que matar as baleias no
Santuário de Baleias do Oceano Antártico é agir em defesa da
cultura japonesa e do apoio da população. A maior parte do povo
japonês conhece pouco sobre o que tem sido feito em seu nome e com
o seu dinheiro, enquanto a maioria não apóia a caça que está em
curso", diz Sato.
O Greenpeace passou
duas semanas perseguindo a frota baleeira japonesa no Oceano
Antártico, em janeiro deste ano, para evitar a caça de baleias
na região. O navio da organização, Esperanza, conseguiu impedir a
matança mantendo-se próximo ao navio-fábrica japonês Nisshin-Maru,
evitando que a embarcação recebesse baleias arpoadas pelos
baleeiros. Mais de 100 baleias foram salvas no período e a ação do
Greenpeace na Antártica ajudou a mobilizar a opinião pública
mundial contra a caça - o Japão chegou a anunciar a desistência de
matar 50 jubartes, espécie ameaçada de extinção, conforme o
planejado inicialmente. Mas manteve a cota de centenas de baleias
minkes e 50 fins, esta também ameaçada de extinção.
"A pressão que criamos na Antártica será agora transferida para
ações em terra, com manifestações nas ruas e trabalhos políticos
voltados para a reunião da Comissão Internacional Baleeira (CIB),
em junho no Chile", conta Leandra Gonçalves, coordenadora da
campanha de Baleias do Greenpeace Brasil que esteve a bordo do
Esperanza. "Vamos lutar pela criação do Santuário de Baleias do
Atlântico Sul e pressionar o Japão para encerrar de uma vez por
todas a caça de baleias."
Confira detalhes da expedição do Esperanza na Antártica assistindo
aos vídeos do Canal das Baleias.
Saiba mais sobre a importância dos santuários para a proteção das
baleias.