Em uma mina de carvão da Eslováquia, eles pediam o fim desta energia suja; promotoria alega que os ativistas representam uma ameaça, quando são defensores da nossa saúde e do meio ambiente

Ativistas do Greenpeace seguram um banner em uma torre de uma mineradora

Ativistas exibiram uma mensagem pelo fim da era do carvão na torre de uma mina de carvão na Eslováquia

Absurdo! Doze dos nossos ativistas da Eslováquia, República Tcheca, Finlândia, Alemanha e Bélgica foram detidos na última quarta-feira (28) por abrirem um banner de 15 metros em protesto pacífico pelo abandono da mineração e da queima de carvão no país, na torre da mineradora eslovaca HNB. O carvão é o combustível fóssil mais poluente, tanto para a saúde das pessoas como para o aquecimento global, e várias manifestações por mais energia limpa estão ocorrendo na Europa, no momento em que a Polônia sedia a 24a Conferência de Clima da ONU, a COP24, que iniciou neste último domingo.

Logo após a exibição da mensagem, os ativistas foram detidos sob a acusação de ameaçar as “operações de uma instalação de interesse público”. Agora, após a decisão de um tribunal, eles deverão permanecer sob custódia até o julgamento ser completo, o que pode levar a uma sentença de prisão de 1 a 5 anos.

A promotoria alega que os ativistas, em liberdade, representam uma ameaça porque podem continuar o protesto. Para o Greenpeace, a decisão de mantê-los sob custódia após um protesto pacífico é inaceitável. Eles não representam uma ameaça, mas sim o carvão, que adoece o planeta e as gerações atuais e futuras. Os advogados dos 12 ativistas irão apelar contra a decisão e toda a comunidade Greenpeace está pedindo solidariedade internacional.

“Estamos enfrentando o maior desafio para a humanidade e as pessoas estão exigindo e agindo. Os governos da COP24 devem apoiar as pessoas e agir com elas. Esses 12 ativistas realizaram ações pacíficas para protestar contra o combustível fóssil mais sujo e sua detenção contínua é uma vergonha. Apelamos à Eslováquia para libertação imediata deles”, defende Jennifer Morgan, diretora executiva do Greenpeace Internacional.

Levar acusações criminais contra manifestantes não-violentos é totalmente irracional e levanta questões sobre o direito de protestar pacificamente em uma democracia. A ameaça real (o aquecimento global) está se submetendo aos interesses da indústria do carvão.

“Estamos ao lado dessas bravas mulheres e desses homens corajosos que arriscaram sua liberdade para alertar o mundo sobre uma empresa de carvão cúmplice em prejudicar nossa saúde, o meio ambiente e alimentar as mudanças climáticas. Pedimos a todos que se preocupam com o planeta para se juntar a nós. Depois do recente relatório da ONU e da próxima conferência internacional sobre mudança climática, eles não tiveram medo de agir quando nossos governos não o fizeram”, declarou a conselheira política do Greenpeace da Europa Central e Oriental, Julia Sokolovicova.

Nós do Greenpeace Brasil nos solidarizamos com nossos colegas europeus na defesa incansável do meio ambiente e da saúde das pessoas.  #IssoÉAtivismo #AtivismoNãoÉCrime

Você também pode enviar uma mensagem de apoio aos ativistas, neste link.

Veja mais imagens do protesto:

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