Manifestação em frente ao Palácio do Planalto entregou mais de um milhão de assinaturas contra a proposta ruralista do Código Florestal. Crédito: ©Cristiano Costa/Greenpeace

O dia foi de dúvidas no Senado Federal, mas venceu o atropelo. As manifestações contra a aprovação de um texto que simboliza o retrocesso na legislação ambiental conseguiram apenas retardar o processo, e o requerimento de urgência para votação do Código Florestal foi aprovado com folga na noite desta quarta-feira. Depois de um acordo feito entre os líderes partidários, o líder do governo, senador Romero Jucá (PT-AC), afirmou que a votação da matéria ficou para a próxima terça-feira, dia 6 de dezembro.

Assine a petição. Veta, Dilma.

Os únicos nomes que votaram contra a urgência foram os senadores Marinor Brito (PSOL-PA), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Lindbergh Farias (PT-RJ), Paulo Davim (PV-RN), Roberto Requião (PMDB-PR), Fernando Collor de Mello (PTB-AL ) e o recém-empossado João Capiberibe (PSB-AP), que já declarou seu apoio à proteção ambiental e à não aprovação do projeto.

Marinor disse que “o texto do novo Código vai de encontro à melhor legislação ambiental do mundo”, e agradeceu aos ambientalistas que participaram do Ato em Defesa das Florestas, realizado ontem em frente ao Palácio do Planalto, e que levou 1,5 milhão de assinaturas contra as propostas ruralistas à presidente Dilma Rousseff. Ela rebateu a senadora Kátia Abreu, que sempre se mostra incomodada com a resposta que vem das ruas.

O relatório do senador Jorge Viana (PT-AC) que vai à votação no Plenário contém graves erros, como a permissão a novos desmatamentos e a anistia a quem desmatou ilegalmente. Depois de votado no Senado, o projeto retorna à Câmara dos Deputados.

Caso a proposta ruralista passe nessas duas instâncias, restará à presidente Dilma Rousseff usar seu poder de veto para cumprir com suas promessas de campanha e honrar os compromissos assumidos internacionalmente. Quando candidata à presidência, Dilma prometeu que não aceitaria nenhuma lei que causasse a destruição florestal e comprometesse os acordos de redução das emissões do país.