Por Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha de oceanos do Greenpeace Brasil

Todos vocês devem ter ouvido ou lido recentemente notícias sobre o aquecimento global. Essa palavrinha hoje é uma das mais conhecidas, até mesmo quando se faltam palavras dentro do elevador com algum desconhecido: - Tá quente hoje, né? - Tá mesmo... culpa do aquecimento global!

O que a maioria das pessoas desconhece é o impacto desse aquecimento em nossos mares e de que forma os oceanos podem ajudar a diminuir esses impactos.

Instituto Baleia Jubarte

Os oceanos ocupam 70% da superfície do planeta e são responsáveis por absorver 90% de todo o CO2 presente na atmosfera. No entanto, recentemente, ele não está mais conseguindo realizar essa função. As emissões ultrapassaram o limite possível de ser absorvido e os oceanos estão vivendo totalmente à deriva. São muitas as fontes de impacto nesse ecossistema marinho que antes acreditavam ser fonte inesgotável de recursos. Hoje os impactos vêm de todos os lados... da pesca predatória, da poluição terrestre, da exploração desenfreada dos recursos, dos vazamentos de gás e óleo, do lixo plástico jogado em nossas praias, da falta de saneamento básico nas cidades costeiras, enfim.... o mar é tratado como um verdadeiro latão de lixo.

Um das principais ferramentas para reverter esse quadro é criação de áreas marinhas protegidas. Essa áreas marinhas protegidas nada mais são que espaços de mar, onde é dado o devido tempo para as espécies de reproduzirem e repovoarem os oceanos.

Infelizmente, hoje no Brasil, temos apenas 0,4% dessas áreas, porcentagem inferior a média mundial de 1%, insuficiente para realizar seu papel como regulador climático e recuperação da biodiversidade.

Instituto Baleia Jubarte

O Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, criado em 1983, foi o primeiro parque marinho brasileiro. Hoje, esse Parque apresenta um nível baixo de recursos humanos, financeiros e implementação. Mas isso não é o pior. O pior é que o entorno desse Parque está vulnerável a exploração de gás e óleo, um dos principais vetores do aquecimento global e também está sob a ameaça da fazendas de criação de camarão, realizadas na região costeira, dentro dos manguezais, onde nasce toda a vida marinha existente em Abrolhos.

Chega a ser um absurdo pensar que no momento em que o mundo inteiro deveria pensar em reduzir emissões, o Brasil está pensando em explorar mais gás e óleo, e ainda dentro das poucas áreas marinhas existentes. E essa não é uma realidade apenas de Abrolhos, não! Existem muitas áreas prontas para serem criadas, mas que por serem localizadas em áreas de conflitos de interesse (onde existem blocos de exploração de gás e óleo, ou outra atividade economica de impacto) ficam á deriva esperando a vontade política.

Haroldo Costa -CI BRASIL

Faltam poucos meses para a reunião da COP na Dinamarca, e os governos precisam se comprometer com o desmatamento zero, com uma maior investimento em energias renováveis e ainda com a proteção dos oceanos através da criação de áreas marinhas protegidas.

Assine aqui nossa petição e peça ao governo brasileiro um compromisso sério com o futuro do nosso planeta!