Na última quarta-feira, a Câmara dos Vereadores de São Paulo aprovou o Projeto de Lei que põe fim ao rodízio na cidade, mostrando estar em total descompasso com as demandas sociais por uma melhor mobilidade e com os esforços da Prefeitura em priorizar o transporte coletivo.

Uma melhor mobilidade significa dar aos cidadãos mais opções para se deslocar na cidade. O fim do rodízio vai na contramão disso exatamente porque significa reafirmar a opção pelo transporte individual.

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O fato é que o tal do rodízio sempre foi assunto controverso, atraindo muitos inimigos porque, durante um dia da semana, a opção mais cômoda (o carro) teria que ser deixada de lado em prol de um bem maior. Sim, pois o rodízio cumpre dupla função. A primeira é a de tentar melhorar o trânsito na cidade (estima-se que levou à redução de cerca de 15% dos carros na rua), que poderia ser ainda pior. A segunda – e mais importante – é a de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e de poluentes, ou seja, assegurar uma melhor qualidade de vida ao cidadão.

O princípio é simples: se cada um abre mão de um pouquinho, inicia-se a construção de um todo que é melhor para a coletividade, para mim e para você.

Essa ideia de construir um coletivo melhor, infelizmente, passou bem longe da Câmara nessa semana, quando os vereadores aprovaram o PL 15/2006, de autoria do Adilson Amadeu (PTB). A votação não foi nominal e esse PL, de tão absurdo, estava fora de pauta desde 2007.

Contudo, ainda há esperança: o projeto ainda não foi sancionado pelo Prefeito Fernando Haddad, que, ao que tudo indica, não apoia a proposta. Isso mostra, pelo menos nesse caso, existe bom senso em São Paulo, mas só lá no Executivo.