Ativista do Greenpeace segura um banner dentro de uma área de extração de óleo de palma de propriedade da PT MPG, subsidiária da empresa Musim Mas, uma das fornecedoras da P&G;, em Kalimantan Central, Indonésia.

 

Quase 400 mil pessoas escreveram para a diretoria da P&G. Dezenas de protestos ocorreram em cidades tão diversas como Jacarta, Cincinnati e Londres. E milhares de cidadãos foram ao Facebook, Twitter e até mesmo usaram seus próprios telefones para pedir à P&G que limpe sua cadeia de fornecimento.

E mesmo que a P&G ainda seja uma compradora de óleo de palma proveniente da destruição das florestas da Indonésia, a voz de todas essas pessoas mundo afora se mostrou incrivelmente poderosa. Hoje, uma das maiores empresas de cuidados pessoais do mundo, a Colgate-Palmolive, prometeu limpar a sua imagem e garantir que seus produtos sejam livres do desmatamento.

A nova política da Colgate é muito detalhada. Ele vai além dos fracos padrões de sustentabilidade nos quais a P&G continua a se basear. A política da Colgate menciona coisas críticas, como a biodiversidade, os estoques de carbono e a riqueza dos solos. Ela salienta a importância de se envolver com as comunidades locais, mapeando todo o caminho que o óleo de palma percorre, desde a origem das plantações até a finalização do produto na empresa.

Ela ainda exige dos fornecedores que apliquem estes princípios em todas as suas operações, afirmando claramente que os contratos serão cancelados em caso de não cumprimento. O único ponto fraco da Política é que seu cronograma é pouco ambicioso, indo somente até 2020. Mas este é um ponto que continuaremos a pressionar.

Enquanto isso, a política da P&G é, na melhor das hipóteses, vaga:

“A P&G está comprometida com a obtenção sustentável de óleo de palma. Em 2015, temos a intenção de apenas comprar e usar óleo de palma cuja origem possamos confirmar que é de fontes responsáveis ​​e sustentáveis." E a empresa continua: "Nós incentivamos os fornecedores a adotar os Princípios e Critérios para uma produção sustentável de óleo de palma."

Essencialmente, a P&G gostaria de imaginar que não contribui para o desmatamento, e, talvez no futuro, ela será capaz de dizer que não o faz... isso se realmente as coisas caminharem no rumo que ela está dizendo que deverão caminhar.

Agora que a Colgate se juntou ao grupo de empresas que se comprometeram a uma política Sem Desmatamento – incluindo a Nestlé, L'Oréal, Mars, Ferrero e Unilever – a P&G está cada vez mais isolada.

E agora não tem mais desculpas. Ela não pode continuar a se esconder atrás de anúncios vagos, apoiando iniciativas que já porvaram não render resultados sólidos. Tome uma atitude e diga também à P&G para seguir o exemplo da Colgate!

*João Talocchi é coordenador da Campanha de Florestas do Greenpeace Estado Unidos.

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