O barco que chega ao Rio de Janeiro é o terceiro Guerreiro do Arco-Íris, que como um espírito imortal, revive graças à esperança de milhares de pessoas e o seu amor pelo planeta

O combate à caça de focas foi uma das grandes causas do primeiro Rainbow Warrior

 Durante a primeira viagem dos fundadores do Greenpeace, o jornalista canadense Robert Hunter leu um livro sobre mitos e lendas indígenas. Um trecho impressionou a tripulação: ele narrava a previsão feita 200 anos antes por uma velha índia Cree, da América do Norte, chamada Olhos de Fogo, sobre o futuro do planeta:

“Um dia a terra vai adoecer. Os pássaros cairão do céu, os mares vão escurecer e os peixes aparecerão mortos nas correntezas dos rios. Quando esse dia chegar, os índios perderão seu espírito. Mas vão recuperá-lo para ensinar ao homem branco a reverência sagrada pela Terra. Aí, então, todas as raças vão se unir sob o símbolo do arco-íris para terminar com a destruição. Será o tempo dos Guerreiros do Arco-Íris.”

 Foi assim que, alguns anos depois, o nome Rainbow Warrior (Guerreiro do Arco-Íris, em inglês) foi pintado no casco do primeiro barco do Greenpeace, se tornando sinônimo do ativismo ambiental e de uma defesa incansável por um mundo melhor.

O primeiro Rainbow Warrior era um velho barco pesqueiro de arrasto inglês, construído em 1955 e adquirido pelo Greenpeace em 1978, para ser usado nas campanhas contra a caça a baleias, focas e golfinhos, além de confrontar testes nucleares nos oceanos. Um atentado com bombas promovido por espiões do governo francês antes de um desses testes o afundou em 1985. Hoje esse velho guerreiro descansa no fundo de uma baía, na Nova Zelândia, cercado pela vida que tanto defendeu – foi transformado em um recife artificial.

Transformado em recife artificial, há mais de 30 anos o primeiro Rainbow Warrior repousa no fundo do mar, coberto de vida.

 

O segundo Rainbow Warrior foi adquirido em 1989 com recursos da indenização recebida do governo francês, condenado pelo atentado em um tribunal internacional. Assim como o anterior, o barco pesqueiro de arrasto navegou  por todos os mares do mundo com o Greenpeace por 22 anos, defendendo inúmeras causas pelo planeta. Em 2011, ele foi doado para uma ONG de Bangladesh para ser usado como um navio-hospital.

O Rainbow Warrior II em sua rota para o Atol de Moruroa para protestar contra os testes nucleares franceses.

 

Seu espírito, no entanto, nunca esteve tão forte. Ele habita hoje  o terceiro Rainbow Warrior, um jovem guerreiro cheio de energia, construído do zero com doações de mais de 100 mil pessoas ao redor do mundo, e que vem cruzando os oceanos impulsionado pelos ventos graças às suas enormes velas de 50 metros de altura.

Com quase 6 anos de idade, o Rainbow Warrior III foi criado especialmente para ser um barco de campanha

 É com este guerreiro que você tem um encontro marcado a partir do final deste mês – ele estará no Rio de Janeiro, de portas abertas para recebê-lo e contar um pouco dessas aventuras. Clique aqui para saber mais sobre essa visita.