Peixes e medusas foram para a frente da sede da companhia petrolífera pedir que ela abandone seus planos de perfuração próximo aos Corais da Amazônia

  

Nesta segunda-feira (20), 30 voluntários do Greenpeace realizaram um desfile com 12 criaturas gigantes do mar tropical em frente à sede da BP, em Londres, para protestar contra os planos de perfuração de petróleo perto dos Corais da Amazônia.

O desfile “nadou” em torno da praça Trafalgar Square, um dos pontos turísticos da capital britânica, e em seguida seguiu para St James Square, onde a companhia de petróleo está localizada. Os ativistas entregaram a petição com mais de um milhão de assinaturas pedindo que a BP não perfure perto do recife, juntamente com um mapa para mostrar onde está esse ecossistema. O desfile contou com peixes e medusas tropicais de quatro metros de comprimento, incluindo o colorido "Kylie Minnow".

Em desfile, os ativistas seguiram do centro da cidade em direção à sede da BP. Foto: Chris J Ratcliffe

 

"Todos no Greenpeace ficaram incrivelmente entusiasmados por capturar as primeiras imagens dos Corais da Amazônia, e não podemos deixar agora a BP destruir essa maravilha natural antes mesmo de ser conhecida. Trouxemos essas incríveis criaturas como embaixadores do recife. É um gostinho dessa beleza que está ameaçada pelos planos da BP”, afirma Sara Ayech, ativista de petróleo do Greenpeace no Reino Unido.

Agora, a BP não pode mais continuar fingir ignorar a existência dos Corais da Amazônia. Foto: Chris J Ratcliffe

 

Como os estudos da empresa ignoraram completamente essa área, apesar dela ser três vezes maior que Londres, os ativistas entregaram um mapa da região onde está o recife e as mais de um milhão de assinaturas das pessoas na petição pela proteção dessa riqueza natural única. “Por mais forte que eles tentem - e eles parecem estar tentando bastante - não vamos deixar a BP ignorar os Corais da Amazônia", completa Sara.

A petição com mais de 1,3 milhão de assinaturas de pessoas pedindo pela proteção dos Corais da Amazônia foi entregue para a BP. Foto: Chris J Ratcliffe

 

Os Corais da Amazônia são um recife de coral de 5.000 quilômetros quadrados na bacia da faz do Amazonas, ao largo da costa do Brasil. Foi filmado e fotografado pela primeira vez em uma expedição do Greenpeace em fevereiro deste ano e é um ecossistema único, rico em biodiversidade e amplamente inexplorado. A BP e a empresa francesa de petróleo Total pretendem perfurar petróleo na área, com seus blocos compartilhados a partir de apenas 8 km do recife. Muitos cientistas marinhos expressaram sua consternação sob o risco de um derramamento de óleo devastar o recife antes mesmo dele ter sido estudado.

No caminho, os ativistas passaram em frente à embaixada brasileira e deixaram uma carta com o pedido da petição para que o governo brasileiro proteja o recife. Foto: Chris J Ratcliffe

 

O Estudo de Impacto Ambiental da BP para a área, um documento enorme com centenas de páginas, evita mencionar o recife de 5.000 km2 sequer uma vez. O plano de resposta do derramamento de óleo da empresa inclui o uso do dispersante químico 'Corexit', que é tóxico para os corais, e depende de veículos operados remotamente que podem não funcionar nessas águas.