Chegamos ao primeiro lugar do nosso mergulho!

Esperanza chega ao primeiro local de observação dos Corais da Amazônia. Foto Marizilda Cruppe/Greenpeace

 

Quando o sol nasceu nesta quinta-feira (26), estávamos exatamente onde o GPS apontava ser a região dos recifes dos Corais da Amazônia. Foram 270 milhas navegadas, mas valeu a pena cada um dos incontáveis balanços sobre as ondas do Atlântico. O entusiasmo pela proximidade desse bioma ainda pouco conhecido contagiava um a um. 

O mar estava calmo e muito claro. Eram as condições ideais para colocar o submarino debaixo d’água. Foi bem aqui onde os cientistas, em 2014, coletaram os primeiros exemplares desse ecossistema. Ou seja, estamos a 60 metros acima dos recifes.

Mas antes de colocar o submarino na água, decidimos usar uma câmera submarina para confirmar o que estava realmente abaixo de nós. Assim, marcaríamos os pontos ideais para o submarino. Foi um momento e tanto! Com uma câmera subaquática, sem uma resolução tão alta, pudemos ver em tempo real, por um monitor, as formações recifais a 50 metros de profundidade! Eles estavam ali!

Marinheiro do Greenpeace recolhe uma câmera submarina. Foto Marizilda Cruppe/Greenpeace

 

Em uma rápida visualização, os cientistas confirmaram a presença de muitas esponjas e rodolitos (algas calcárias), além de pelo menos sete espécies de peixes que os especialistas não sabiam que viviam ali. Entre eles, alguns peixes herbívoros. “Isso indica que ali existem algas, ou seja, a luz do sol consegue penetrar apesar da influência da água doce do Rio Amazonas. Essas algas são bem similares à flora de recifes rasos”, nos contou Ronaldo Francini Filho, biólogo da Universidade Federal da Paraíba.

Cientistas observam imagens de uma câmera submarina em tempo real. Foto Marizilda Cruppe/Greenpeace

 

Por uma segunda vez, descemos a camera, desta vez à noite, e um pouco mais fundo, a 80 metros. Novamente, muitas esponjas e rodolitos foram avistados, mas havia também alguns corais-negros, uma espécie em forma de filamentos, de áreas de pouca luz, em regiões com mais de 40 metros de profundidade.

O dia acabou tarde, mas a expectativa com o dia seguinte, nosso momento tão esperado, superou qualquer cansaço. Finalmente mergulharemos com o submarino para ver de pertinho e registrar imagens melhores desse tesouro natural.

No entanto, esses pequenos vislumbres do dia bastaram para reforçar no time do Greenpeace a certeza da nossa luta, o porquê de estarmos aqui: defender um novo bioma que já está ameaçado. Não podemos permitir que nenhuma empresa inicie a exploração de petróleo nessa região e ponha todo esse capricho da natureza em risco por causa de um vazamento de óleo.

Continue conosco nessa aventura e assine a petição para pressionar a Total e BP a desistir dos seus planos de buscar petróleo na região. 

ASSINE A PETIÇÃO  

Fim de um belo e produtivo dia em meio ao Atlântico. Foto Marizilda Cruppe/Greenpeace.

 

Thais Herrero é jornalista do time de comunicação do Greenpeace, a bordo do Esperanza