Resultado do Seminário Socioambiental - O Amapá que Queremos Ver, que contou com mais de 300 pessoas presentes, a carta que requer ações do poder público em temas como: mineração, petróleo, grilagem de terras e barragens.

Durante o Seminário Socioambiental, a população defendeu um modelo econômico que não explore as riquezas do estado. (Foto: Mídia Ninja)

Grupos da sociedade civil, junto a entidades socioambientais do Amapá, lançaram uma carta com demandas sobre quatro temas que, segundo a população, necessitam mais atenção e ação do poder público: mineração, garimpo e mercúrio; exploração de petróleo na costa; uso do solo e barragens.

Leia a carta na íntegra.

A carta é assinada por dez organizações, mas é o resultado das mesas de discussão e plenárias do Seminário Socioambiental - O Amapá que Queremos Ver, que aconteceu nos dias 12 e 13 de maio, em Macapá. Mais de 300 pessoas estiveram presentes entre representantes de organizações da sociedade civil, ribeirinhos, quilombolas, indígenas, trabalhadores do campo e da cidade, extrativistas, pesquisadores e ambientalistas, sindicalistas, entre outros.

Como a própria carta diz, seu objetivo é ser “uma reação da sociedade civil amapaense à incapacidade do poder público de assegurar transparência e participação social nas agendas socioambientais do estado”. Entre as demandas estão: um novo modelo de mineração em bases sustentáveis, considerando a condição social do garimpeiro; a não liberação de projetos de exploração de petróleo na bacia da foz do rio Amazonas; e o amparo às famílias atingidas por barragens de hidrelétricas e não contempladas com medidas compensatórias. A carta também denuncia a grilagem sistemática de terras na Floresta Estadual do Amapá. 

Costa do Amapá e a exploração de petróleo
É na costa do estado do Amapá que duas empresas petrolíferas – a francesa Total e a britânica BP – querem explorar petróleo. Um acidente com vazamento ali poderia afetar o litoral do estado, onde está um dos mais extensos mangues do mundo, e ainda, os Corais da Amazônia – um ecossistema único, que só foi revelado ao mundo em 2016. Os blocos de exploração estão próximo a esse ecossistema e colocam ele em risco.

A petição que pressiona a Total e a BP a desistirem do plano de perfurar a região já tem a assinatura de mais de 1 milhão de pessoas ao redor do mundo, mas as empresas não acenaram nenhuma mudança. Nesta terça-feira (6), a Comissão de Meio Ambiente do Senado discutiu a operação de petrolíferas na região da Bacia da Foz do rio Amazonas. O Greenpeace foi um dos convidados para debater.  Leia sobre como foi aqui.