No fim de 2015, milhares de brasileiros foram às ruas exigir metas ambiciosas contra as mudanças climáticas. Foto: Zé Gabriel / Greenpeace

Já eram mais de 22h quando uma boa notícia saiu da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (12/07): por unanimidade, os parlamentares aprovaram em plenário o projeto de decreto legislativo no qual o Brasil adere ao Acordo de Paris. Agora, faltam poucos passos para que o país ratifique o documento que regulamenta uma série de medidas de combate às mudanças climáticas. A proposição ainda precisa ser aprovada por comissões no Senado e, em seguida, receber a sanção presidencial para ser depositado formalmente na Convenção do Clima das Nações Unidas.

Para que entre em vigor internacionalmente, o Acordo de Paris precisa ter pelo menos 55 ratificações, de países que somem 55% das emissões de gases de efeito estufa do mundo. Até agora, 19 países já o ratificaram, mas eles somam apenas 0,18% das emissões globais.

Fruto da Conferência do Clima que aconteceu em dezembro do ano passado na França, o documento traz alguns pontos importantes para a luta contra as mudanças no clima. Ele estabelece como meta, por exemplo, não ultrapassarmos um aquecimento superior a 1,5 graus Celsius, além de propor que entre 2050 e 2100 sejam neutralizadas as emissões dos gases que provocam o efeito estufa.

“O Acordo de Paris é um passo fundamental para superarmos o desafio das mudanças climáticas. O Brasil ainda ostenta o título de sexto maior emissor do planeta. É ótimo ver a ratificação do acordo avançando. Suas promessas precisam se tornar realidade logo, com outros passos importantes sendo a aprovação do projeto de lei pelo Desmatamento Zero e fortes incentivos à energia solar”, diz Pedro Telles, da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil.