Cerca de 150 indígenas ocupam a Estrada de Ferro Carajás, no Maranhão, em protesto contra as condições precárias de saúde indígena. (Foto: Cimi).

 

Desde a última quinta-feira (4), cerca de 150 representantes de sete povos indígenas do Maranhão bloqueiam a Estrada de Ferro Carajás, que liga as jazidas de minério de ferro da empresa Vale ao porto de São Luís, na capital do estado. Eles pedem melhorias no serviço de saúde indígena, e dizem que só sairão de lá quando tiverem uma sinalização do governo de que irá atender às suas demandas. O trecho que foi bloqueado da ferrovia passa pela aldeia Maçaranduba, da Terra Indígena Caru, dos Awá-Guajá e Guajajara.

Segundo lideranças do movimento, a ferrovia foi bloqueada porque os povos ocupavam há dez dias a sede do DSEI-Maranhão, órgão da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), vinculado ao Ministério da Saúde, e até agora não tiveram suas reivindicações atendidas. Desde o dia 24, um grupo formado por 300 indígenas também ocupou o prédio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em São Luís, protestando contra as péssimas condições de atendimento à saúde.

Os indígenas pedem as exonerações do gestor do DSEI, Licínio Carmona, e de Antonio Izildo, chefe da equipe técnica. “Eles desrespeitam o controle social da saúde indígena e a gestão é péssima. Precisamos de pessoas que priorizem o diálogo com o movimento indígena e as comunidades”, afirma Lourenço, integrante do Conselho Nacional de Saúde Indígena.

Além disso, os povos pedem melhores condições de atendimento. Desde o último dia 24, foram contabilizadas seis mortes em decorrência da falta de estrutura para o atendimento da saúde. “Faltam medicamentos, transporte para os doentes. A desassistência faz com que os casos fiquem graves e caminhem para o óbito”, diz Lourenço.

Os povos presentes nas mobilizações são os Krenjê, Tenetehara (Guajajara), Awá-Guajá, Canela Apãniekra, Canela Ramkokramekra, Gavião e Krikati. “Queremos dialogar, mas não mais com esses dirigentes”, encerra Lourenço.