A frase dita pelo líder indígena Edilson Krakati, no encerramento da audiência publica da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, foi um ponto convergente na fala dos presentes.

A audiência foi convocada pelo Deputado Bira do Pindaré (PT) a pedido do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) para tratar da regularização e demarcação dos territórios Governador e Awá.

O cacique Tatu´xia Awa, que teve sua fala traduzida pela representante do CIMI, disse “Nossas terras estão sendo destruídas por madeireiros e invasores, as matas estão acabando, o que nós vamos comer? Nos não somos compradores de comida. Dependemos da mata para sobreviver. Por que os brancos demoram tanto para ler os papéis?”

As lideranças indígenas também denunciaram que sofreram atentados de morte por terem denunciado a ação ilegal de madeireiros na região. “Deram um tiro, mas não pegou. Tenho medo de morrer, pois tenho filhos para criar. O governo precisa garantir nossa segurança”, disse Cipriano Gavião, da Terra Indígena Governador.

O prof. Istvan Varga, da Universidade Federal do Maranhão, comparou a ação ilegal de madeireiros a dos narcotraficantes. “O Estado combate os narcotraficantes no Rio, mas não consegue atuar contra jagunços em Buriticupu.”

O relatório “Carvoaria Amazônia”, lançado pelo Greenpeace na semana passada, denuncia que a madeira roubada de terras indígenas é utilizada na produção de carvão, que abastece industrias siderúrgicas instaladas no sul do Estado.

A Funai (Fundação Nacional do Índio) foi convidada para a audiência, mas não compareceu, nem se justificou.

* da campanha Amazônia do Greenpeace

Assine a petição.