Max Tukano e Naré Baré, eleitos para a coordenadoria da Coiab (®Greenpeace/Luana Lila)

 

Fortalecer a luta para garantir os direitos indígenas. Foi com esse objetivo que a 10ª Assembleia Geral Ordinária da Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) reuniu cerca de 120 lideranças na aldeia Umutina, em Barra do Bugres, no Mato Grosso, na última semana de agosto.

No encontro, foram discutidos temas como políticas públicas, saúde, educação e gestão territorial. Também foi eleita a nova coordenadoria da Coiab, que assume num momento em que os povos indígenas sofrem sérias ameaças a partir de iniciativas como a PEC 215, o PLP 227 e a Portaria 303 da Advocacia Geral da União (AGU), que visam a alterar uma série de direitos conquistados na Constituição de 1988.

“O desafio para essa próxima gestão é lutar para garantir que os nossos direitos sejam respeitados”, afirmou Max Tukano, da Terra Indígena Alto Rio Negro, eleito o novo coordenador geral.

Tukano é membro da Foirn (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro), onde foi diretor por três vezes, e está envolvido com o movimento indígena desde o fim da década de 80. Também irão compor  a coordenadoria, Lourenço Krikati, como vice-coordenador, João Galibi, secretário, e Nara Baré, tesoureira.

Muitas lideranças indígenas mulheres estiveram presentes no encontro e compartilharam suas histórias de vida. Eva Canoé, da OMIRAM (Organização das Mulheres Indígenas de Rondônia, Sul do Amazonas e Noroeste do Mato- Grosso), era uma delas.

Professora, ela vive na cidade de Guajará-Mirim (RO), onde leciona na rede municipal. “No começo, eu fiquei receosa de ir dar aulas na cidade, mas depois, vi que seria uma grande oportunidade ter uma indígena dando aula para filhos de não-índios. Percebi que eu poderia aproximar a nossa realidade da deles e, ao final, plantei uma semente que está dando frutos”, contou Eva.

Na conclusão do evento, os participantes da assembleia divulgaram uma carta aberta. Leia aqui.