Já havia sido noticiado pela Folha de São Paulo no mês de abril que a empresa Queiroz Galvão perfuraria um poço para a exploração de petróleo na região de Abrolhos (BA). A licença, na época ainda pendente, foi dada pelo IBAMA nessa primeira semana de junho. A licença prévia saiu no dia 1 de junho e, logo na seqüência, saiu a licença de operação, conforme noticiado hoje pelo jornal Valor Econômico – um licenciamento na velocidade da luz.

 

O bloco BM-J-2 fica próximo à Reserva Extrativista de Canavieiras e qualquer acidente com vazamento de petróleo pode trazer um impacto irreversível à biodiversidade e à comunidade local. A Reserva Extrativista, criada em 05 de junho de 2006  abarca 07 comunidades locais e um total de 2.300 famílias. As principais atividades na RESEX são a pesca, a mariscagem e a agropecuária - todas elas serão altamente afetadas pela atividade de exploração de petróleo e gás, por serem concorrentes. E mais: a região é rica em manguezais, que alimentam a área do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos – uma das áreas mais ricas em recifes de corais do Atlântico Sul.

 

Com mais esse fato fica clara a intensificação do conflito nas áreas marinhas com a exploração de combustíveis fósseis, o principal vetor do aquecimento global.

 

A licença de operação foi dada. Agora é preciso acompanhar a implementação das medidas mitigadoras e o impacto que a atividade irá causar às comunidades locais.