A Procter & Gamble se manifestou a respeito do lançamento do relatório feito hoje pelo Greenpeace internacional e que aponta relações da companhia com fornecedores de óleo de palma ligados a crimes ambientais e destruição da floresta tropical na Indonésia.

Pelas redes sociais a P&G está tentando responder alguns consumidores que passaram a questionar as ‘relações perigosas’. O discurso já virou mantra até nas respostas (quase) automáticas: linhas muito parecidas com as obtidas pelo próprio Greenpeace em oito meses de insistentes contatos e alertas sobre as evidências de práticas criminosas por fornecedores da empresa.

Clique aqui para ler na íntegra uma das cartas enviadas, inclusive para a sede do Brasil.

Citaram que foram estabelecidas metas para comprar apenas de fontes seguras até 2015, tendo como principal meio a sua participação na Mesa Redonda do óleo de palma sustentável  (Roundtable for sustainable Palm Oil – RSPO, em inglês), apoiando e confiando nos critérios estabelecidos por essa certificação.

Acontece que o RSPO, associação certificadora formada por 40% dos produtores de óleo de palma do mundo além de traders, indústrias, entidades ambientais e demais interessados tem falhas graves, que estão aparecendo especialmente nos anos recentes.

“Apenas 10 % do óleo de palma que a P&G compra é certificado pela RSPO, e mesmo que eles consigam aumentar para 100% no ano que vem, não seria o suficiente para garantir que o desmatamento não faça parte da sua cadeia produtiva”, lembra Areeba Hamid, da campanha de florestas do Greenpeace Internacional.

Clique aqui para ler o relatório completo da investigação sobre a cadeia de abastecimento e fornecedores da P&G.

“A P&G precisa parar de usar o certificado como se fosse uma garantia eterna de sustentabilidade”, alerta.

Floresta de trufeiras derrubada para início de processo de drenagem e cultivo do óleo de palma na Indonésia. (© Ulet Ifansasti / Greenpeace)

 

Relatório do Greenpeace datado de setembro do ano passado e chamado de ‘Certificando a destruição’ mostra a fragilidade dos critérios adotados até hoje, com mapeamento e monitoramento que registraram aumento dramático de áreas desmatadas dentro de propriedades certificadas, por exemplo.

Clique aqui para acessar o relatório Certifying the destruction (em inglês)

A Associação RSPO tentou rever seus princípios e critérios, mas falhou em questões cruciais de desmatamento e emissões perdendo muito da credibilidade junto aos consumidores e próprios associados. Hoje, a empresa que deseja realmente se livrar do desmatamento precisa ir além do selo.

Portanto, é hora de mudar o discurso. De traçar metas mais ambiciosas e atender ao pedido de milhares de consumidores pelo mundo.

Peça para a P&G eliminar de uma vez por todas o desmatamento do Head & Shoulders e de todos os outros produtos do seu dia a dia.