Reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" mostra o verdadeiro motivo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter assinado no dia 9 de abril o decreto 7154 (http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Golpe-nas-Unidades-de-Conservacao/), que permite que as unidades de conservação sejam liberadas para exploração de potencial hidrelétrico.

Menos de um mês depois de Lula assinar o decreto com a ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) lançou à consulta pública, na última terça-feira (4), o plano decenal de energia.

No documento consta que uma área da floresta amazônica 30% superior ao território da cidade de São Paulo será inundada por hidrelétricas, que serão construídas em meio a unidades de conservação no Pará.

Cerca de 2 mil km2 de florestas intocadas – que pela lei deveriam ser protegidas - serão dizimadas pelos reservatórios das usinas caso o plano do governo seja de fato implementado.

Como era de se esperar, a Eletronorte defendeu a construção das centrais hidrelétricas. "Acho muito pouco, o que estamos propondo é um mínimo de devastação", disse Luiz Fernando Rufato, superintendente da Eletronorte, referindo-se à gigantesca área a ser alagada.

O que espanta é o dirigente do órgão responsável pela proteção das florestas brasileiras também defender a empreitada friamente calculada pelo governo. Ssegundo Rômulo Mello, presidente do Instituto Chico Mendes, as unidades de conservação foram criadas "de forma açodada" e estão longe de representar áreas realmente à salvo do desmatamento. 

No plano da EPE, as usinas deverão começar a operar entre 2016 e 2019.