Se o artigo 20 for aprovado, será praticamente impossível que o Brasil cumpra suas metas pelo Clima (©Alan Azevedo / Greenpeace)
Atualizado em 11/11/2016 às 10h55
Em 4 de novembro, o Acordo de Paris entra oficialmente em vigor, com o objetivo de conter as mudanças climáticas. Aproveitamos a data e levamos para o Palácio do Planalto, em Brasília, as primeiras 35 mil assinaturas da petição Carvão Não. Hoje (11), protocolamos mais 15 mil, totalizando 50 mil participações – número que não para de crescer.
Temer sinaliza a ministro do Meio Ambiente que vetará incentivo ao carvão
A petição entrou no ar há duas semanas, contou com apoio de outras organizações como a WWF-Brasil e a Uma Gota no Oceano. E continua recolhendo assinaturas. O texto pede para que Michel Temer vete o artigo 20 da Medida Provisória (MP) 735, que incentiva o uso do carvão mineral para a geração de eletricidade. A MP foi aprovada em outubro no Congresso Nacional e agora espera a aprovação ou não do presidente.
“O grande número de assinaturas que conseguimos em apenas uma semana mostra que a população não aceita incentivos a uma fonte de energia tão cara e poluente quanto o carvão”, diz Pedro Telles, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil.
O carvão mineral responde por quase um terço das emissões de CO2 do planeta e agrava o aquecimento global. Além disso, provoca milhares de mortes que poderiam ser evitadas. Ao prever a criação de novas térmicas a carvão, a medida vai contra o Acordo de Paris. E, portanto, pode causar grande constrangimento ao Brasil na 22ª Conferência do Clima, que começará segunda-feira em Marrakesh, no Marrocos.
“A entrada em vigor do Acordo de Paris é uma data extremamente simbólica. O Brasil não pode assumir uma posição a favor da redução das emissões no cenário internacional e, ao mesmo tempo, apoiar um projeto de incentivo a carvão”, comentou André Nahur, coordenador do programa Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil.
Momento em que ONGs protocolam as assinaturas no Palácio do Planalto (©Alan Azevedo / Greenpeace)
Ainda de acordo com ele, o incentivo ao carvão é algo que impacta todo o planeta. “O relatório da UNEP divulgado nesta quinta-feira enfatizou mais uma vez que ainda precisamos aumentar em muito o nosso esforço para cumprir o Acordo de Paris. Investir em novas térmicas é ir na contramão desse movimento”, continua André.
Se você ainda não assinou a petição, ainda dá tempo! O prazo para Temer vetar ou não o artigo é de 15 dias após o recebimento da aprovação do Congresso. Assim, o presidente tem até o dia 17 de novembro para tomar a decisão se suja ou não a matriz elétrica brasileira. Enquanto isso, nós continuaremos fazendo pressão para o veto, levando ao Palácio do Planalto mais assinaturas nas próximas semanas.
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