Desmatamento alça novo voo na Amazônia

7 comentários
Notícia - 28 - mar - 2013
Governo divulga nova tendência de aumento do desmatamento na Amazônia. Em seis meses, uma área de floresta maior que a cidade de São Paulo desapareceu

Área de floresta derrubada em Santarém (PA) para o plantio de soja ao longo da BR163 (© Daniel Beltrá / Greenpeace)

Depois de comemorar o menor índice histórico de desmatamento da Amazônia, no ano passado, a estratégia do governo para divulgar a tendência de novo aumento nas taxas foi um tanto reservada. Numa quinta-feira, às vésperas do feriado de Páscoa, os números do Deter de agosto de 2012 a fevereiro de 2013 foram finalmente apresentados, mostrando novamente um cenário com menos floresta.

Os novos dados mostram que houve um aumento significativo de 26,82% no desmate entre agosto de 2012 e fevereiro de 2013, comparado com o mesmo período do ano anterior. Em números absolutos, 1.695 quilômetros quadrados de floresta desapareceram, uma área equivalente a mais de 237 mil campos de futebol e maior que a cidade de São Paulo.

O Estado que teve o maior aumento no desmate no período foi o Maranhão, com, 121%, seguido do Tocantins (110%). Mas o Mato Grosso continua liderando a lista dos maiores desmatadores, com 734 quilômetros quadrados de floresta derrubada no período.

Apesar da má notícia, o governo continua confiante e prevê zerar o desmatamento ainda neste ano. “Vamos ganhar do desmatamento até julho”, disse Luciano Evaristo, diretor de proteção ambiental do Ibama, durante a coletiva de imprensa.

“O governo começa a colher os frutos de sua equivocada parceria com a bancada ruralista no Congresso”, disse Kenzo Jucá, da campanha Amazônia do Greenpeace. “Essa parceria culminou em uma drástica redução na proteção da Amazônia com a aprovação do novo Código Florestal, que agora mostra sua face real com a tendência de aumento do desmatamento.”

De acordo com Jucá, este é o momento de a sociedade civil se juntar para reverter esse quadro e exigir do poder público uma política não só para impedir a retomada do desmatamento, mas também para extingui-lo de nossa História.

“As empresas comercializadoras de soja e os maiores frigoríficos do país já entenderam a necessidade de estabelecer uma política de desmatamento zero, porque sabem que os consumidores não querem mais pagar por produtos associados ao desmatamento”, complementa Kenzo Jucá. “Agora é a vez de a sociedade civil se mobilizar para aprovar o desmatamento zero no Brasil e, com isso, reverter a atual agenda política ambiental retrógrada que está tomando o Congresso”, finaliza.

Junto com outras organizações, o Greenpeace colocou nas ruas uma campanha para levar a Brasília um projeto de lei de iniciativa popular pelo Desmatamento Zero. O projeto necessita de ao menos 1,4 milhão de assinaturas de eleitores brasileiros, mas quanto mais pessoas e organizações apoiarem a iniciativa, mais pressão para tornar o projeto em realidade. Já somos mais de 700 mil.

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vnmare says:

Temos que exigir um selo de garantia dos produtos comercializados da região norte do Brasil. desta forma acaba o comercio ilegal, mesmo com emend...

Enviado 3 - abr - 2013 às 16:51 Denunciar abuso Reply

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vnmare says:

O maior exportador de soja do mundo, agora se você precisar da Lecitina de soja, terá que importar, porque não existe um compromisso do...

Enviado 3 - abr - 2013 às 16:50 Denunciar abuso Reply

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vnmare says:

Pessoal, é roubo de terra, entende?

Entre 1990 e 2008, As reservas naturais fazem parte da composição do PIB do Brasil. <...

Enviado 3 - abr - 2013 às 16:47 Denunciar abuso Reply

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(Não registado) Sergio says:

Que tal defender lei de reservas naturais para as fazendas americanas? Ou então margem de 20 metros de mata ciliar para os rios americanos?

Enviado 1 - abr - 2013 às 13:33 Denunciar abuso Reply

Lucas Rey says:

Amigo, produção de quê? Matéria-prima? Grãos? Desde quando isso dá dinheiro, os países ricos não ganham dinhei...

Enviado 1 - abr - 2013 às 18:23 Denunciar abuso Reply

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(Não registado) Sergio says:

Explica isso: http://www.youtube.com/watch?v=PnFt36_h-WE&list=FLiM74D2Y688apNSrAPNPmXQ&feature=mh_lolz

Enviado 1 - abr - 2013 às 13:32 Denunciar abuso Reply

Lucas Rey says:

Amigo, mais uma vez: grãos, madeira e carne não trás dinheiro. Com o que você gastou para comprar o seu iPhone4, daria pra você compra mais de quilos e quilos de carne, toneladas de grãos ou muita, mas muita madeira. Não pense pequeno, nós podemos, nós, brasileiros temos sim capacidade de "produzir" inteligência, de produzir TECNOLOGIA. Caso contrário, vamos continuar vendendo o trigo por 1 dólar a tonelada e recomprando o bolo por 10 dólares o pedaço de 100 gramas.

Enviado 1 - abr - 2013 às 18:28 Denunciar abuso Reply

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