A apresentadora Bela Gil compareceu à feira para apoiar o movimento
A plataforma #ChegaDeAgrotóxicos teve seu lançamento físico neste sábado (6), durante a 2ª Feira Nacional da Reforma Agrária, no Parque da Água Branca, na cidade de São Paulo. A petição online, que pede a redução do consumo de agrotóxicos no país e já conta com quase 50 mil assinaturas, está no ar desde março. O projeto conta com o apoio de pelo menos 17 entidades da sociedade civil das áreas da saúde, agricultura, social e de meio ambiente – entre elas está o Greenpeace.
A feira nacional da reforma agrária ocorre pelo segundo ano consecutivo e promove debates importantes sobre a alimentação saudável e o direito à terra e a produção. Ela é composta por mais de 800 camponeses e camponesas de 23 estados, comercializando 280 toneladas alimentos para os paulistanos: arroz, feijão, tomate, mandioca, cebola, banana, abacaxi, queijos, leite, mel, suco de uva, entre outros. Tudo produzido em pequenas propriedades, a maior parte sem a utilização de agrotóxicos.
Não teria cenário melhor para promover a plataforma #ChegaDeAgrotóxicos. Durante a manhã, a apresentadora e chef de cozinha Bela Gil participou da conferência Alimentação Saudável – um Direito de Todos e Todas, ao lado também de Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai. Durante a conferência, temas como o direito à terra e sua repartição justa, e a democratização da alimentação saudável, tornando esta um direito de todos e todas, foram centrais no debate.
Na parte da tarde, no Auditório do Instituto de Pesca do Parque da Água Branca, ocorreu o evento de lançamento da plataforma que pede pela aprovação da PNARA (Política Nacional de Redução de Agrotóxicos), onde foi relatado o histórico de articulação da sociedade civil e a criação de um chamado único, capaz de reunir as demandas públicas por menos veneno na comida.
José Trajano, jornalista esportivo
Outros famosos também compareceram, como José Trajano, jornalista esportivo, e o consagrado ator Sérgio Mamberti.
“Essa iniciativa é uma ferramenta essencial neste momento, pois reúne em um só endereço uma importante demanda da sociedade, que é a redução dos agrotóxicos no país. Segundo pesquisa do IBOPE, 81% dos brasileiros consideram alta ou muito alta a quantidade de agrotóxico utilizada no Brasil”, diz Marina Lacôrte, da campanha de Agricultura e Alimentação do Greenpeace.
“Já somos 50 mil, mas precisamos fortalecer ainda mais essa luta. Se a pressão não vier da população, este pode se tornar mais um retrocesso diante tantos outros que estamos vivendo. Por isso convidamos todos os cidadãos e as cidadãs para assinarem a petição e reforçarem essa demanda”, completa ela.
O evento contou com a participação da sociedade civil, que compareceu em peso. Afinal, vamos combinar, ninguém mais quer agrotóxicos em sua comida, não é mesmo?
Acesse e assine você também!
Tem que mudar, e já!
O Brasil é um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo. Trata-se de um grave problema com sérias consequências sociais, ambientais e sanitárias, muitas vezes irreversíveis.
Organizações e entidades lançaram, no dia 16 de março, a plataforma #ChegaDeAgrotóxicos, que tem como objetivo buscar apoio da população para a aprovação da Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (PNARA), proposta pelo Projeto de Lei (PL) 6670/2016. Assim, a PNARA pode se tornar lei, garantindo a redução dos agrotóxicos em nosso país, mais saúde para a população e um ambiente sadio para se produzir comida de qualidade agora e no futuro.
A campanha convida as pessoas a assinarem a petição para ajudar também a barrar o nefasto PL 6299/2002, conhecido como “Pacote do Veneno”, iniciativa que pretende facilitar ainda mais o uso dessas substâncias no Brasil e retirar o mínimo da proteção necessária que a Lei atual carrega.
A plataforma #ChegaDeAgrotóxicos é assinada pela Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, Greenpeace, Associação Brasileira de Saúde Coletiva, Associação Brasileira de Agroecologia, Articulação Nacional de Agroecologia, Aliança Pela Alimentação Saudável, Aliança de Controle do Tabagismo, Central Única dos Trabalhadores, Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, FIAN Brasil, Fiocruz, Fórum Brasileiro de Segurança e Soberania Alimentar, Idec, Slow Food e Via Campesina.