Greenpeace protesta diante da BHP Billiton na Austrália e pede justiça às vítimas do desastre em Mariana

7 comentários
Notícia - 18 - nov - 2015
Ativistas expõem a negligência da empresa antes e depois do rompimento da barragem em Minas Gerais

Ativistas do Greenpeace interrompem a Reunião Geral Anual da BHP Billiton para exigir justiça para as milhares de vítimas da inundação de lama tóxica que destruiu a cidade histórica de Mariana (MG). (©Damien Smith/Greenpeace)

 Uma surpresa do Brasil. A voz das vítimas do desastre da barragem da Samarco, mineradora controlada pela brasileira Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton, ecoou longe nesta quinta-feira, 19 de novembro. Mais exatamente em Perth, no oeste da Austrália. Ali, manifestantes realizaram um protesto no Encontro Anual dos Acionista da BHP, surpreendendo os participantes. A mensagem “BHP: lucro e lama #justicaparamariana” foi exposta por cerca de 20 ativistas do Greenpeace e da ONG australiana GetUp.

O rompimento da barragem da Samarco no dia 5 de novembro é um dos maiores desastres ambientais da história do Brasil. Cerca de 25 mil piscinas olímpicas de lama composta por rejeitos minerais cobriram vilarejos da cidade de Mariana, mataram dezenas de pessoas (19 mortes confirmadas até agora) e impactaram centenas (estima-se 630 desalojados de suas casas e 2 mil afetados ao todo). Os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, em Mariana, atingidos pelo tsunami de lama, praticamente desapareceram do mapa.

Os impactos sobre o Rio Doce, maior curso de água do Sudeste, ainda estão sendo dimensionados – mas o governo federal já admite que sua recuperação, se for possível, pode levar décadas e custar bilhões de reais. A tragédia se agravou pelo fato da Samarco (leia-se Vale e BHP Billiton) não ter um plano de contingência apropriado e não ter avisado os moradores a tempo. A resposta das empresas – e também do governo federal – foi tardia e segue sendo insuficiente.

O protesto diante dos acionistas da BHP não se restringiu ao lado de fora da reunião. Dentro da conferência, Nikola Casule, representante do Greenpeace Austrália, questionou o conselho da BHP: “Se a companhia sabia que havia riscos de rompimento, porque as operações continuaram?”. O ativista se refere ao relatório independente, produzido em 2013, no qual especialistas afirmam que a barragem precisava ser monitorada regularmente, ter uma análise detalhada sobre riscos de ruptura (que já existiam) e, ainda, contar com um plano de contingência em caso de acidente. 

Ativistas em Perth, Austrália, pedindo por justiça às vítimas do desastre em Minas Gerais. (© Damien Smith/Greenpeace)

Uma equipe de documentação e pesquisa do Greenpeace esteve na região do desastre nos últimos dias e acompanhou o drama da população. “O desastre da mineração da Vale e da BHP acabou com a vida de milhares de pessoas, de pequenos agricultores, moradores de cidades como Governador Valadares, pescadores e comunidades indígenas, como os Krenak”, diz Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace. “Fato é que a tragédia está longe de acabar, já que a lama segue descendo o rio, rumo ao litoral do Espírito Santo”.

O Greenpeace seguirá expondo o drama dos atingidos e pressionando as mineradoras e o governo a tomarem providências cabíveis. Isso inclui a promoção de uma investigação independente sobre as causas do desastre, o pagamento de valores condizentes com a proporção desta gigantesca tragédia e a garantia de que as demais barragens não ofereçam nenhum risco às comunidades e ao meio ambiente.  

7 Comentários Adicionar comentário

(Não registado) rjam says:

Foi uma boa iniciativa, mas estranho que não tenha visto nenhum protesto no Brasil, onde aconteceu a tragédia. Acho que cabe um protesto con...

Enviado 24 - nov - 2015 às 12:48 Denunciar abuso Reply

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(Não registado) julianatnobrega says:

Isso já deveria ter sido denunciado às autoridades internacionais, já que as brasileiras demorarão a ter um resultado concreto e s...

Enviado 24 - nov - 2015 às 1:12 Denunciar abuso Reply

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(Não registado) SJESUS says:

Nós brasileiros pedimos socorro!
Diante de tanta lama, morte e horror, o que o governo brasileiro está fazendo para conter, minimizar e, principalmente, cobrar dos responsáveis (Samarco, mineradora controlada pela brasileira Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton) as providências cabíveis para esse gigantesco dano ambiental?
As vítimas desse desastre (humana, fauna, flora, etc.) não podem esperar!
É uma situação de emergência! O governo brasileiro, a Vale e a BHP Billiton estão muito acomodados! Isso não está certo! É no mínimo revoltante!
Estamos chorando todos os dias ao vê tanta morte nos noticiários.
Ajude-nos!!

Enviado 23 - nov - 2015 às 22:19 Denunciar abuso Reply

(Não registado) linna says:

Domingo 22/11/2015...O dia que o mar se tornou marrom.
Será o fim do litoral Capixaba???
Ao vivo em Regência, litoral norte cap...

Enviado 23 - nov - 2015 às 13:47 Denunciar abuso Reply

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lmorandi says:

Acho que o governo brasileiro tem que ser pressionado a tomar uma atitude mais pró ativa e em favor da natureza e das populações afetad...

Enviado 23 - nov - 2015 às 13:34 Denunciar abuso Reply

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RR2 says:

TEM QUE SER FEITO ALGO PRA CONTER A LAMA!!! ELA NÃO PODE CHEGAR AO MAR !!! PELO AMOR DE DEUS ! TEM QUE CONVOCAR GOVERNO SANMARCO, PETROBRAS , EXE...

Enviado 19 - nov - 2015 às 12:53 Denunciar abuso Reply

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RR2 says:

TEM QUE SER FEITO ALGO PRA CONTER A LAMA!!! ELA NÃO PODE CHEGAR AO MAR !!! PELO AMOR DE DEUS ! TEM QUE CONVOCAR GOVERNO SANMARCO, PETROBRAS , EXE...

Enviado 19 - nov - 2015 às 12:53 Denunciar abuso Reply

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