Munduruku recebem prêmio pela defesa de seu território

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Notícia - 8 - dez - 2015
Prêmio reconhece iniciativas de comunidades locais e povos indígenas que, por meio de ações inovadoras, garantem a conservação da natureza.

Maria Leusa e Rozeninho Munduruku durante a cerimônia de premiação do Prêmio Equador, em Paris (©Fábio Nascimento/Greenpeace)

Na noite da última segunda-feira, dia 7, o povo Munduruku recebeu o Prêmio Equador 2015 (Equator Prize, em inglês), em Paris, ao lado de outros 20 povos de todo o mundo que estão lutando para proteger o planeta mitigar as mudanças climáticas.

Maria Leusa Kaba Munduruku e Rozeninho Saw Munduruku, representaram os Munduruku na luta de resistência às hidrelétricas que o governo brasileiro quer construir em seu território. Eles receberam o prêmio pela iniciativa de autodemarcação da Terra Indígena Sawré Muybu, que pode ser alagada caso as hidrelétricas sejam construídas. “Nós, Munduruku, estamos fazendo o caminho inverso do que os Europeus fizeram há 500 anos para dizer ao mundo que vamos resistir até o último homem contra a construção das hidrelétricas no rio Tapajós”, disse Maria Leusa.

  • Assista o vídeo sobre a jornada dos Munduruku em Paris:

 

Durante a cerimônia subiram ao palco ao lado dos Munduruku pessoas das mais diversas origens, línguas e nacionalidades, mas todas com um aspecto em comum: estão na linha de frente na resistência à uma lógica de desenvolvimento predatória que destrói a natureza e a diversidade e que agora está levando o planeta ao colapso.

Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional, falou, durante a cerimônia de premiação, sobre a importância dos povos indígenas e tradicionais na prevenção às mudanças climáticas: “Por 21 anos nossos líderes estão tentando prevenir as mudanças climáticas. Mas se eles tivessem parado para ouvir e aprender com os povos indígenas, não estaríamos vivendo essa crise do clima que estamos enfrentando agora”.

Ao reunir 21 exemplos de iniciativas bem-sucedidas de conservação da natureza, o prêmio mostrou que as situações que esses povos enfrentam se repetem pelos cantos mais remotos do planeta Terra e que as ameaças muitas vezes são as mesmas: extração de madeira ilegal, invasão de territórios, grandes empreendimentos que não respeitam o modo de vida local. Todos eles permeados por uma única palavra: violência.

Foi pensando nisso que Naidoo fez também um apelo durante seu discurso para chamar a atenção para os assassinatos de ativistas ambientais. Ao citar um relatório da organização Global Witness que apontou 116 casos de assassinatos de ambientalistas em todo mundo, ele afirmou: “Os povos indígenas e tradicionais são os melhores protetores de nossas florestas, de nossa biodiversidade, mas estão lutando também por suas vidas. Vemos aqui no prêmio exemplos fortes de grupos que estão lutando pelos seus direitos e pelos seus territórios, no entanto, infelizmente esses ativistas estão sendo mortos por tentar proteger os recursos naturais que são vitais para todos nós, para o planeta e para impedir as mudanças climáticas. Precisamos dizer um basta, isso não pode continuar mais assim”.

  • Veja a galeria de fotos dos Munduruku durante a COP 21

Lideranças Munduruku em Paris para a COP21 

 

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(Não registado) NILTON BR says:

As autoridades brasileiras não aprendem com os erros cometidos em passado não muito distante e afrontam a sociedade ao menosprezar estudos d...

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As autoridades brasileiras não aprendem com os erros cometidos em passado não muito distante e afrontam a sociedade ao menosprezar estudos d...

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(Não registado) NILTON BR says:

As autoridades brasileiras não aprendem com os erros cometidos em passado não muito distante e afrontam a sociedade ao menosprezar estudos d...

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