A programação está atrasada, mas o Rainbow Warrior está chegando em Recife. (©Greenpeace/Marizilda Cruppe)
É duro obedecer ao relógio quando a tarefa é salvar o planeta. O Rainbow Warrior, navio do Greenpeace, deveria estar chegando no Recife nesta quinta-feira, dia 24 de maio. Mas no meio do caminho, mais precisamente na baía de São Marcos, em São Luis, capital do Maranhão, o Rainbow cruzou com outro navio prestes a embarcar ferro-gusa produzido com desmatamento da Amazônia. E o sentido de missão da tripulação acabou falando mais alto.
Ela decidiu fazer um protesto contra uma atividade econômica que hoje se sustenta às custas da destruição de nossas florestas e, por conta disso, o Rainbow Warrior terá que atrasar em exatamente uma semana a sua chegada ao Recife. Com isso, toda a programação que estava desenhada para acontecer a partir do navio – a visitação do público, o debate sobre a vocação do estado para desenvolver plataformas digitais a partir de energias renováveis e o desafio Porto Digital – também ficou atrasada em uma semana.
O Rainbow Warrior agora aportará na cidade no dia 31 de maio. O debate e o desafio, em que jovens empreendedores apresentarão projetos para concorrerem a uma vaga na incubadora do Porto Digital, acontecerão no dia 1º de junho. E nos dias 2 e 3, o navio, que ficará atracado entre os armazéns 7 e 8 no Porto do Recife, estará aberto para a visita da população. O atraso de uma semana na programação foi discutido com nosso parceiros nesta parada do navio, o Porto Digital e o Cesar. Ambos compreenderam a importância do protesto e toparam o adiamento.
Francisco Saboya, diretor-presidente do Porto Digital, ressalta a importância dos eventos conjuntos do Porto Digital com o Greenpeace, “O Porto Digital, como o maior centro de tecnologia de Pernambuco, tem interesse em discutir a sustentabilidade das cidades e em buscar soluções de eficiência energética. É ótimo ter a chance usar o Rainbow Warrior, um navio construído com o que há de mais moderno e sustentável, como plataforma para essas discussões”.
Pernambuco tem muito a dizer nesse debate. Graças ao Cesar e ao Porto Digital, a cidade se transformou num polo de conhecimento de Tecnologia da Informação (TI). E o estado tem um potencial alto para a geração de energia a partir de fontes renováveis. Num mundo marcado ao mesmo tempo pela crise do clima e pelo crescimento vertiginoso das empresas de TI, que certamente demandarão cada vez mais eletricidade, Pernambuco detém todas as condições para servir de espaço para soluções.
"A sexta maior economia do mundo deve mostrar que nem todo desenvolvimento deve acarretar em prejuízos ambientais e que é possível termos crescimento econômico limpo", diz Sergio Leitão, diretor de Campanhas do Greenpeace. "Os pernambucanos têm tudo para mostrar ao resto do mundo como isso pode ser alcançado". E esse é um dos objetivos principais do Desafio Porto Digital, que graças ao atraso do Rainbow Warrior, terá o seu prazo de inscrição prorrogado até o dia 24, quinta-feira.
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