Por um 2017 com menos agrotóxicos!

Notícia - 22 - dez - 2016
É o que o Greenpeace deseja para todos: mais saúde, maior preservação dos recursos naturais, mais comida sem agrotóxicos, menos retrocessos de políticas públicas e um modelo de produção que dê espaço para todos

 

Nos últimos anos, a agroecologia – a produção sem uso de agrotóxicos, feita por famílias em pequenas propriedades e de maneira sustentável – ganhou muito espaço no debate popular. Está cada vez mais claro que ninguém quer consumir alimentos com pesticidas, o carro-chefe da agricultura convencional ao lado dos fertilizantes químicos.

Esse modelo atual, que industrializa o campo como se a natureza fosse uma linha de produção, não é o futuro porque degrada solo, contamina os lençois freáticos, destrói a biodiversidade e, atrelado ao esgotamento de todos esses recursos, ainda traz sérios riscos de saúde para o consumidor. O futuro deve ser agroecológico.

O planeta já produz alimento suficiente para alimentar nove bilhões de pessoas. No entanto, com o sistema falido de produção e distribuição de comida, um terço de toda produção de alimento é desperdiçada e outro terço é usado para alimentar animais. A inovação agroecológica pode complementar práticas tradicionais e empoderar pequenos produtores – responsáveis por produzir hoje 70% de todo o alimento no mundo.

“O modelo agrícola de produção que predomina hoje não é adequado para responder aos novos desafios da segurança alimentar no século 21 e nem à necessidade de um produção sustentável, inclusiva e resiliente”, disse o brasileiro José Graziano, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) em 2015. “Uma vez que a produção não é uma condição suficiente para a segurança alimentar, isso significa que o modelo atual de produção não é mais aceitável. Esse modelo precisa ser revisto. Precisamos de uma mudança de paradigmas”, defendeu ele.

Vale lembrar que a agricultura convencional contribui significativamente para as mudanças climáticas. No Brasil, a agropecuária representa 37% das emissões. A agroecologia tem o potencial de mitigar consideravelmente este impacto, já que sistemas agroecológicos representam menos emissões de gases de efeito estufa.

Apesar de retrocessos e contínuas investidas às políticas públicas responsáveis por avanços de direitos básicos no Brasil, em 2017, vamos trabalhar ainda mais pela promoção de uma forma mais justa e sustentável de produzir alimentos, que promova a qualidade do meio ambiente, ao invés de destruí-lo. Está na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 6670/2016, que trata da Política Nacional de Redução de Agrotóxicos e é uma iniciativa direta da sociedade civil – ficaremos em cima. Ninguém quer mais veneno. Chega de agrotóxicos!