Prisão provisória para Ana Paula

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Notícia - 29 - set - 2013
Justiça russa decide pela prisão preventiva dos ativistas do Greenpeace que deram depoimentos neste domingo, incluindo a gaúcha Ana Paula Maciel.

A ativista brasileira Ana Paula Maciel durante audiência na corte de Murmansk, noroeste da Rússia (©Dmitri Sharomov/Greenpeace)

 

Em nova audiência neste domingo, a Justiça russa decidiu pela prisão, por dois meses, dos oito ativistas do Greenpeace que faltavam depor – entre eles a brasileira Ana Paula Maciel. Este é o prazo para que as autoridades do país concluam as investigações sobre a ação pacífica realizada contra a exploração de petróleo no Ártico, no último dia 18. Ao todo, 28 ativistas – além de um fotógrafo e um cinegrafista que cobriam a ação – permanecem sob custódia por este período. O Greenpeace vai recorrer da decisão.

O protesto foi feito pela tripulação que estava a bordo do navio de campanhas Arctic Sunrise, navegando em águas internacionais. A organização condenou as decisões da Justiça e ressaltou que não se intimidará: seus advogados estão trabalhando para apresentar um apelo pela imediatada libertação de todos. Apesar de ainda não haver qualquer acusação formal, as autoridades russas levantaram a hipótese de pirataria, o que é rechaçado pelo Greenpeace.

A ativista Sini Saarela, da Finlândia, falou sobre sua detenção de dentro da gaiola onde os réus permanecem na Corte de Murmansk. Ela afirmou que é uma pessoa honesta e que "sempre estive pronta para ser responsabilizada por minhas ações. Eu não sou uma pirata. Perfurar por óleo é uma enorme ameaça ao meio-ambiente na Rússia e em toda a região Ártica."

Nos últimos dias, as manifestações de apoio aos ativistas vieram de vários países e de diferentes formas. Mais de 600 mil pessoas ao redor do mundo enviaram emails para as embaixadas russas, pedindo a libertação da tripulação. Diversas organizações ambientais e de direitos humanos, como WWF e Anistia Internacional, soltaram notas em apoio ao direito do protesto pacífico.

O argentino Adolfo Perez Esquivel, ativista de direitos humanos e ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1980, escreveu carta ao presidente russo Vladimir Putin pedindo a libertação dos ativistas.  “Como o senhor mesmo já admitiu publicamente, não houve pirataria. O Greenpeace tem uma história de 40 anos de pacifismo. Eles nunca usaram de violência como meio de protesto e, por essa razão, a prisão preventiva dos ativistas e a investigação aberta são incompreensíveis”, escreveu.

Na sexta-feira, veículos de imprensa da Rússia trocaram as fotos de suas versões online por telas pretas, para manifestar indignação com a prisão do fotógrafo Denis Sinyakov, que cobria a ação do Greenpeace. A organização Repórteres sem Fronteiras classificou as prisões como “inaceitável violação ao direito à informação”. 

“Estou ao lado de milhões de pessoas em todo o mundo que estão prestando solidariedade aos 30. As ações destes ativistas se justificam por causa fracasso de governos de todo o mundo em proteger seus povos das ameaças das mudanças climáticas. Não nos intimidaremos e apelaremos contra essas prisões. Juntos venceremos”, afirmou Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional.


Libertem nossos ativistas

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