Notícia - 22 - jun - 2012
Avaliação do diretor-executivo do Greenpeace Internacional, Kumi Naidoo, sobre a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, se reúne com representantes da Cúpula dos Povos, e recebe documento preliminar com demandas das organizações da sociedade civil no evento paralelo à Conferência das Nações Unidas, Rio+20. (©Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
A Conferência Rio +20 acabou antes de começar. O acordo que, dizem, nos dará o futuro que queremos foi diluído e aprovado antes mesmo que os chefes de Estado tivessem embarcado para o Rio. Um por um, os poucos compromissos e metas propostos foram excluídos do texto.
O Plano de Resgate dos Oceanos para o alto mar aguentou firme por um tempo, mas foi derrubado por uma inesperada aliança entre os Estados Unidos e a Venezuela, juntamente com Rússia e Canadá, às 2h da manhã da última terça-feira, dia 19.
Tudo o que presenciamos foram três dias de retórica vazia e maquiagem verde por parte dos líderes globais. Esta conferência entrará para a história como a Rio -20. Os governos não conseguiram produzir o acordo histórico que precisamos para enfrentar a tempestade de crises que estão por vir: ecológica, econômica e de igualdade.
O Rio não conseguiu nos dar o futuro que queremos, pois não temos os líderes que nós precisamos. Os líderes dos países mais poderosos apoiam o status quo e querem manter as coisas como estão, colocando vergonhosamente o lucro privado à frente das pessoas e do planeta.
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Em nenhum momento o "futuro que queremos" seria decidido na Rio +20. Ele está sendo decidido, a cada dia, nas capitais e nas salas de reuniões ao redor do mundo. É para isso que devemos voltar nossa atenção.
A Rio +20 foi um fracasso de proporções épicas. Agora temos que trabalhar juntos para formar um movimento que consiga enfrentar as crises ecológica, econômica e de igualdade que estão recaindo sobre nossos filhos. O único resultado desta conferência é uma raiva justificável, uma raiva que temos de transformar em ação.