Vinte países do Mediterrâneo e a União Européia assinaram acordo
para eliminar o uso de substâncias tóxicas na região até 2025. O
documento é resultado de reunião da Convenção de Barcelona para
proteção do Mar Mediterrâneo, encerrada em 17 de novembro.
De acordo com o plano operacional, cada país membro fica
incumbido de desenvolver uma avaliação e de divulgar os resultados
obtidos relacionados a poluição tóxica. Assim, torna- se
obrigatório a realização de um inventário de emissões, abrangendo
todas as substâncias tóxicas liberadas no meio ambiente, seja
através da água ou do ar, até o fim de 2003, permitindo desta
maneira combater o problema na fonte geradora de poluição.
De acordo com Karen Suassuna, coordenadora de tóxicos do
Greenpeace no Brasil, as ações que estão sendo acordadas no
Mediterrâneo são exemplos para a América Latina, pois, segundo sua
explicação, "não há nada parecido aqui na região". Ela ainda
completa que, no Brasil, "não se conhece muito bem nem o perfil da
indústria, quanto mais estimativas das substâncias tóxicas
emitidas".
Alguns países como Espanha, Argélia, Grécia, Síria e Eslovênia,
que emperravam as discussões, somente ratificaram os protocolos
quando os seus representantes oficiais foram convencidos de que um
contingente enorme de pessoas têm as suas vidas afetadas pelas suas
decisões.
Num relato emocionante do pescador israelense, Jeres Dania, que
contraiu câncer por causa do contato com o lixo industrial, as
autoridades foram convencidas a mudar as suas posturas.
"Primeiramente, mataram os peixes. Agora, estão nos matando. O
governo é conivente, pois concede licenças", acusou. " Por isso,
solicitei ao Ministério do Meio Ambiente de Israel que suspendesse
as concessões às empresas imediatamente", concluiu.