Seminário em Fortaleza reúne autoridades e especialistas em defesa de lei de energia renováveis

Notícia - 6 - fev - 2009
Cerca de mil pessoas visitaram o navio Arctic Sunrise na capital cearense, terceira etapa da expedição Salvar o Planeta. É Agora ou Agora.

Governador em exercício do Ceará, Francisco Pinheiro, e diretor de Campanhas do Greenpeace Brasil, Sérgio Leitão, apresentando o documento que propõe a criação no Brasil de uma lei de energias renováveis.

Em pleno sábado de muito sol, cerca de mil pessoas foram ao Porto deMucuripe, em Fortaleza, visitar o navio Arctic Sunrise, do Greenpeace,e conhecer detalhes da expedição Salvar o Planeta. É Agora ou Agora, que a organização está levando para sete cidades brasileiras - saiba quais aqui.

Osvisitantes conheceram os principais problemas ambientais brasileiros ealgumas das soluções propostas do Greenpeace para enfrentar as mudançasclimáticas, como o fim do desmatamento na Amazônia, o uso de energiasrenováveis para a geração de eletricidade e a proteção dos oceanos. Aofinal da visita todos foram convidados a assinar uma carta endereçada ao presidente Lulapara que o governo brasileiro assuma a liderança das negociações napróxima reunião da ONU sobre clima, a ser realizada em dezembro nacidade de Copenhague, na Dinamarca.

Veja as fotos do Open Boat:

O Arctic Sunrise chegou a Fortalezana tarde de quinta-feira, quando abriu uma grande faixa com o mote dacampanha em frente às turbinas eólicas do Porto de Mucuripe.

Nasexta-feira, o Greenpeace lançou a bordo do navio o documento Lei deEnergias Renováveis: Propostas para a Sustentabilidade EnergéticaBrasileira (clique aqui para baixar o documento em arquivo pdf), com a presença do governador em exercício do Ceará,Francisco Pinheiro; o presidente do Banco do Nordeste, Roberto Smith; osecretário-executivo do Conselho Global de Energia Eólica, SteveSawyer; representantes do Fórum Cearense de Mudanças Climáticas eBiodiveridade e da Universidade Federal do Ceará, além de parlamentareslocais e especialistas no assunto.

Foirealizado um seminário para discutir o projeto de lei 4550/08, propostopelo deputado Edson Duarte (PV-BA), que incentiva as energiasrenováveis baseado no mecanismo tarifário feed-in, modelo que garanteacesso dos geradores à rede e determina um preço justo e fixo pelavenda dessa energia em contratos de longo prazo.  

"Éemblemático realizar este seminário e lançareste documento aqui em Fortaleza porque o Ceará é oestado brasileiro com maior potencial para a energia eólica",afirmou Ricardo Baitelo, especialista em energia renovável doGreenpeace. 

OPL 4550/08 é uma das propostas em análise pela ComissãoEspecial de Energias Renováveis, instalada em junho de 2008 naCâmara dos Deputados e que deve apresentar relatórioconclusivo até o final do primeiro semestre. Segundo uma daspropostas em discussão na comissão, pelo menos 15% daenergia elétrica consumida no Brasil, a partir de 2020, devemser gerados por fontes renováveis, como eólica.

SegundoBaitelo, apenas um marco regulatório claro pode garantir aexpansão das fontes limpas e renováveis na matrizbrasileira. "Ao invés de optar por fontes renováveis,o planejamento elétrico do governo federal tem preferido aconstrução de termelétricas a óleocombustível e carvão e usinas nucleares, gerando CO2e lixo radioativo", afirmou.

Veja abaixo as fotos do evento:

OCeará tem hoje 125 MW de energia eólica instalada epotencial para 25.000 MW - o que equivale a quase duashidrelétricas de Itaipu. O Brasil tem capacidade instaladatotal de quase 400 MW de energia eólica em 30 usinas, umíndice ainda modesto se comparado a outros países domundo. Os Estados Unidos tem 25.170 MW de geração deeletricidade por fontes eólicas - com esse total, osamericanos chegaram ao topo do ranking em 2008, ultrapassando aAlemanha que gera 23.900 MW. A China dobrou pelo quarto ano seguidosua capacidade, de 6.300 para 12.200 MW. Segundo dados do ConselhoGlobal de Energia Eólica, a capacidade mundial da energiaeólica hoje é de 120.800 MW, dos quais 27.000 MW foraminstalados só em 2008. O crescimento foi de 29%, movimentandoUS$ 47,5 bilhões. O setor emprega hoje 400 mil pessoas nomundo.

"Julgomuito importante o debate sobre a renovação das fontes energéticas dopaís. O Greenpeace está de parabéns por prestar um serviço ímpar àhumanidade, num contexto em que as mudanças climáticas são visíveis ereais", afirmou o governador em exercício do Ceará, Francisco Pinheiro,que abriu o seminário.

Para Roberto Smith, presidente do Banco doNordeste, o incentivo à energia eólica é fundamental no combate aoaquecimento global. 

"É uma energia limpa e abundante. Temos queaproveitar esse imenso potencial que temos aqui no nordeste. A energiaeólica é barata e não emite CO2. Infelizmente essa emissão ainda não écomputada nos custos das termelétricas a óleo combustível e carvão, oque torna a concorrência desleal e traz prejuízos imensos ao meioambiente", afirmou Smith.

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