Governador em exercício do Ceará, Francisco Pinheiro, e diretor de Campanhas do Greenpeace Brasil, Sérgio Leitão, apresentando o documento que propõe a criação no Brasil de uma lei de energias renováveis.
Em pleno sábado de muito sol, cerca de mil pessoas foram ao
Porto deMucuripe, em Fortaleza, visitar o navio Arctic Sunrise, do
Greenpeace,e conhecer detalhes da expedição Salvar o
Planeta. É Agora ou Agora, que a organização está levando
para sete cidades brasileiras - saiba quais aqui.
Osvisitantes conheceram os principais problemas ambientais
brasileiros ealgumas das soluções propostas do Greenpeace para
enfrentar as mudançasclimáticas, como o fim do desmatamento na
Amazônia, o uso de energiasrenováveis para a geração de
eletricidade e a proteção dos oceanos. Aofinal da visita todos
foram convidados a assinar uma carta endereçada ao presidente
Lulapara que o governo brasileiro assuma a liderança das
negociações napróxima reunião da ONU sobre clima, a ser realizada
em dezembro nacidade de Copenhague, na Dinamarca.
Veja as fotos do Open Boat:
O Arctic Sunrise chegou a Fortalezana tarde de
quinta-feira, quando abriu uma grande faixa com o mote dacampanha
em frente às turbinas eólicas do Porto de Mucuripe.
Nasexta-feira, o Greenpeace lançou a bordo do navio o documento
Lei deEnergias Renováveis: Propostas para a Sustentabilidade
EnergéticaBrasileira (clique aqui para baixar o documento em
arquivo pdf), com a presença do governador em exercício do
Ceará,Francisco Pinheiro; o presidente do Banco do Nordeste,
Roberto Smith; osecretário-executivo do Conselho Global de Energia
Eólica, SteveSawyer; representantes do Fórum Cearense de Mudanças
Climáticas eBiodiveridade e da Universidade Federal do Ceará, além
de parlamentareslocais e especialistas no assunto.
Foirealizado um seminário para discutir o projeto de lei
4550/08, propostopelo deputado Edson Duarte (PV-BA), que incentiva
as energiasrenováveis baseado no mecanismo tarifário feed-in,
modelo que garanteacesso dos geradores à rede e determina um preço
justo e fixo pelavenda dessa energia em contratos de longo
prazo.
"Éemblemático realizar este seminário e lançareste documento
aqui em Fortaleza porque o Ceará é oestado brasileiro com maior
potencial para a energia eólica",afirmou Ricardo Baitelo,
especialista em energia renovável doGreenpeace.
OPL 4550/08 é uma das propostas em análise pela ComissãoEspecial
de Energias Renováveis, instalada em junho de 2008 naCâmara dos
Deputados e que deve apresentar relatórioconclusivo até o final do
primeiro semestre. Segundo uma daspropostas em discussão na
comissão, pelo menos 15% daenergia elétrica consumida no Brasil, a
partir de 2020, devemser gerados por fontes renováveis, como
eólica.
SegundoBaitelo, apenas um marco regulatório claro pode garantir
aexpansão das fontes limpas e renováveis na matrizbrasileira. "Ao
invés de optar por fontes renováveis,o planejamento elétrico do
governo federal tem preferido aconstrução de termelétricas a
óleocombustível e carvão e usinas nucleares, gerando
CO2e lixo radioativo", afirmou.
Veja abaixo as fotos do evento:
OCeará tem hoje 125 MW de energia eólica instalada epotencial
para 25.000 MW - o que equivale a quase duashidrelétricas de
Itaipu. O Brasil tem capacidade instaladatotal de quase 400 MW de
energia eólica em 30 usinas, umíndice ainda modesto se comparado a
outros países domundo. Os Estados Unidos tem 25.170 MW de geração
deeletricidade por fontes eólicas - com esse total, osamericanos
chegaram ao topo do ranking em 2008, ultrapassando aAlemanha que
gera 23.900 MW. A China dobrou pelo quarto ano seguidosua
capacidade, de 6.300 para 12.200 MW. Segundo dados do
ConselhoGlobal de Energia Eólica, a capacidade mundial da
energiaeólica hoje é de 120.800 MW, dos quais 27.000 MW
foraminstalados só em 2008. O crescimento foi de 29%,
movimentandoUS$ 47,5 bilhões. O setor emprega hoje 400 mil pessoas
nomundo.
"Julgomuito importante o debate sobre a renovação das fontes
energéticas dopaís. O Greenpeace está de parabéns por prestar um
serviço ímpar àhumanidade, num contexto em que as mudanças
climáticas são visíveis ereais", afirmou o governador em exercício
do Ceará, Francisco Pinheiro,que abriu o seminário.
Para Roberto Smith, presidente do Banco doNordeste, o incentivo
à energia eólica é fundamental no combate aoaquecimento
global.
"É uma energia limpa e abundante. Temos queaproveitar esse
imenso potencial que temos aqui no nordeste. A energiaeólica é
barata e não emite CO2. Infelizmente essa emissão ainda não
écomputada nos custos das termelétricas a óleo combustível e
carvão, oque torna a concorrência desleal e traz prejuízos imensos
ao meioambiente", afirmou Smith.