Notícia - 2 - abr - 2006
"Esse navio tem alma", disse Raquel
Shermann, visitante do Arctic Sunrise, no último sábado em Porto
Alegre. "Dá para sentir toda sua história ao subir a bordo",
completa. A curiosidade sobre as aventuras do navio e de sua
tripulação talvez tenha sido o principal motivo que trouxe cerca de
5 mil pessoas até o cais do Porto. Para o coordenador de logística
do Greenpeace, David Monteiro, "a visitação do navio foi melhor do
que o esperado, e isso mostra a credibilidade da organização em
Porto Alegre".
Além do próprio barco, os visitantes também puderam conhecer um
pouco da Amazônia e ficaram chocados com as ameaças sofridas pela
região. "As fotos da floresta destruída são horríveis, a sociedade
se engana em achar que não podemos fazer nada a respeito", disse
Vigário Salemme. Ao saírem do navio, os visitantes foram convidados
a participar de um abaixo-assinado pela criação de uma rede de
áreas protegidas para conter o desmatamento da floresta
amazônica.
Para ajudar a organizar a visitação do navio, 20 voluntários
gaúchos foram recrutados no final de semana. "Foi uma experiência
inesquecível, extraordinária, que a gente guarda pra sempre. Foi
cansativo, mas é muito bom poder colaborar com uma organização como
o Greenpeace", comenta Tânia Pires, voluntária há cinco anos.
Na manhã de sábado, o navio recebeu a visita de 10 deficientes
visuais da escola Cônego Paula de Nadal. O grupo de voluntários de
Porto Alegre transcreveu o programa Cidade Amiga da Amazônia em
braile para que eles pudessem ter acesso às informações da campanha
e da expedição. "Existe uma lacuna de informações sobre meio
ambiente para esse público e também é nosso papel democratizá-la",
afirma Tânia.
O navio do Greenpeace está em expedição pelo País para levar a
realidade de regiões remotas da Amazônia para grandes centros
urbanos do litoral brasileiro. As próximas cidades a serem
visitadas são Santos (SP), Salvador (BA), Recife (PE) e Fortaleza
(CE).