Ativistas encaram a polícia na entrada da termelétrica em Washington, que ficou fechada por mais de quatro horas. O ato de desobediência civil juntou 2,5 mil pessoas contra o uso energético do carvão e em defesa das energias renováveis.
Na maior ação de desobediência civil da história americana,
cerac de 2.500 manifestantes fecharam nesta segunda-feira a usina
termelétrica a carvão Capitol Power Plant, exigindo do governo
medidas urgentes contra as mudanças climáticas e maior apoio às
energias renováveis.
A manifestação, que contou com ativistas do Greenpeace,
cientistas, entidades da sociedade civil e personalidades como a
atriz Daryl Hannah, foi liderada pelo climatologista James Hansen,
um dos principais especialistas em clima do mundo.
Veja aqui vídeos e fotos da ação.
A ação já reverbera no Congresso americano, onde parlamentares
como Nancy Pelosi (líder dos Democratas) e Harry Reid (líder dos
Republicanos) pediram a retirada do carvão da mistura de
combustíveis usada pela termelétrica de Washington.
"Eu tenho sido chamado de avô das mudanças climáticas. Na
verdade, eu acabei de ser avô e não quero ver meus netos dizerem
que eu entendi o problema e nada fiz para resolvê-lo", afirmou
James Hansen.
O ano de 2009 é crítico para a liderança americana em assuntos
relacionados ao clima e energia. Há um grande debate interno sobre
essas questões e o prazo final para uma ação internacional é a
reunião da ONU sobre clima marcada para dezembro, em Copenhague, na
Dinamarca. O Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças
Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) deixou claro em seus
relatórios que os Estados Unidos e demais países industrializados
precisam reduzir, até 2020, suas emissões globais de gases do
efeito estufa em até 40% abaixo dos níveis de 1990 para que o mundo
não sofra grandes impactos de mudança climática.
O climatologista James Hansen depôs recentemente no Congresso e
informou que o mundo precisa parar de usar o carvão como fonte
energética para evitar o aquecimento global, que teria graves
impactos econômicos sobre os países. O carvão é a principal fonte
de emissão de gases do efeito estufa dos Estados Unidos e sua
queima encurta a vida de pelo menos 24 mil pessoas todos os anos no
país, além de poluir fontes de água e prejudicar a vida dos
trabalhadores das minas.
O futuro é renovável
Já temos alternativas limpas e seguras ao carvão, como energia
solar e eólica, que podem criar juntas pelo menos cinco milhões de
empregos e ajudar a combater o aquecimento global. Um recente
estudo da Universidade de Massachusetts mostrou que investir em
projetos de energia renovável e em transporte público criaria três
a quatro vezes mais empregos do que se a mesma quantia fosse gasta
na indústria de carvão. O setor de energia eólica cresceu e emprega
hoje mais americanos do que a mineração de carvão.
Confira também a nossa página especial da expedição Salvar o
Planeta. É Agora ou Agora, que trouxe o navio Arctic
Sunrise para o Brasil.