Desobediência civil contra o aquecimento global

Notícia - 1 - mar - 2009
Ativistas do Greenpeace se juntam a milhares de manifestantes para fechar em Washington uma usina a carvão, exigindo do governo medidas urgentes contra as mudanças climáticas.

Ativistas encaram a polícia na entrada da termelétrica em Washington, que ficou fechada por mais de quatro horas. O ato de desobediência civil juntou 2,5 mil pessoas contra o uso energético do carvão e em defesa das energias renováveis.

Na maior ação de desobediência civil da história americana, cerac de 2.500 manifestantes fecharam nesta segunda-feira a usina termelétrica a carvão Capitol Power Plant, exigindo do governo medidas urgentes contra as mudanças climáticas e maior apoio às energias renováveis.

A manifestação, que contou com ativistas do Greenpeace, cientistas, entidades da sociedade civil e personalidades como a atriz Daryl Hannah, foi liderada pelo climatologista James Hansen, um dos principais especialistas em clima do mundo.

Veja aqui vídeos e fotos da ação.

A ação já reverbera no Congresso americano, onde parlamentares como Nancy Pelosi (líder dos Democratas) e Harry Reid (líder dos Republicanos) pediram a retirada do carvão da mistura de combustíveis usada pela termelétrica de Washington.

"Eu tenho sido chamado de avô das mudanças climáticas. Na verdade, eu acabei de ser avô e não quero ver meus netos dizerem que eu entendi o problema e nada fiz para resolvê-lo", afirmou James Hansen.

O ano de 2009 é crítico para a liderança americana em assuntos relacionados ao clima e energia. Há um grande debate interno sobre essas questões e o prazo final para uma ação internacional é a reunião da ONU sobre clima marcada para dezembro, em Copenhague, na Dinamarca. O Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) deixou claro em seus relatórios que os Estados Unidos e demais países industrializados precisam reduzir, até 2020, suas emissões globais de gases do efeito estufa em até 40% abaixo dos níveis de 1990 para que o mundo não sofra grandes impactos de mudança climática.

O climatologista James Hansen depôs recentemente no Congresso e informou que o mundo precisa parar de usar o carvão como fonte energética para evitar o aquecimento global, que teria graves impactos econômicos sobre os países. O carvão é a principal fonte de emissão de gases do efeito estufa dos Estados Unidos e sua queima encurta a vida de pelo menos 24 mil pessoas todos os anos no país, além de poluir fontes de água e prejudicar a vida dos trabalhadores das minas.

O futuro é renovável

Já temos alternativas limpas e seguras ao carvão, como energia solar e eólica, que podem criar juntas pelo menos cinco milhões de empregos e ajudar a combater o aquecimento global. Um recente estudo da Universidade de Massachusetts mostrou que investir em projetos de energia renovável e em transporte público criaria três a quatro vezes mais empregos do que se a mesma quantia fosse gasta na indústria de carvão. O setor de energia eólica cresceu e emprega hoje mais americanos do que a mineração de carvão.

Confira também a nossa página especial da expedição Salvar o Planeta. É Agora ou Agora, que trouxe o navio Arctic Sunrise para o Brasil.

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