Dez anos após Brent Spar: plataformas de petróleo continuam poluindo os oceanos

Notícia - 28 - abr - 2005

Apesar do sucesso da campanha realizada pelo Greenpeace há dez anos contra o afundamento da Brent Spar e outras plataformas de petróleo, a operação desses equipamentos continua poluindo fortemente os oceanos. Todo ano, 14 mil toneladas de petróleo vindas de cerca de 500 plataformas vão parar no Mar do Norte - quantidade equivalente ao derramamento de um navio-tanque por ano.

A campanha do Greenpeace contra o afundamento da Brent Spar começou em 30 de abril de 1995, quando ativistas ocuparam a plataforma, que pertencia à Shell. A empresa pretendia afundar o equipamento de 15 mil toneladas no Atlântico. Seria apenas a primeira de outras plataformas a serem afundadas no mar. Após 52 dias de confrontos, protestos de consumidores e negociações políticas, a Shell desistiu no dia 10 de junho. A Brent Spar foi desmontada e utilizada para fazer um novo cais na Noruega. A vitória do Greenpeace abriu um precedente e evitou que tanto a Shell quanto outras empresas utilizassem os oceanos como depósito de lixo poluente.

"Entretanto, isso não significa que os oceanos estão salvos", disse Christian Bussau, do Greenpeace. "A crescente poluição diária do mar por petróleo e a exploração de áreas intocadas mostra que, mesmo após Brent Spar, a indústria de petróleo não entendeu o quanto é preciso mudar", complementa. O Greenpeace tem exigido que sejam aumentadas as áreas de proteção nas quais a produção de petróleo é proibida, permitindo, assim, que o mar seja recuperado.

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