Milhos inseticidas e batata transgênica são barrados na Europa

Notícia - 6 - mai - 2008
Comissão Européia pediu para que sua Agência de Segurança Alimentar avalie impactos ambientais e de saúde dos produtos.

Decisão da Comissão Européia de rever a aprovação dada aos milhos inseticidas e batata transgênica da Basf, revela que a Agência Européia de Segurança Alimentar não inspira confiança.

A indústria de biotecnologia sofreu mais um revés nesta quarta-feira com a decisão da Comissão Européia de pedir à sua agência de segurança alimentar para que analise novamente três cultivos geneticamente modificados - dois de milho e um de batata. Os três produtos estavam a beira da aprovação definitiva, o que não acontece para um cultivo transgênico na Europa há 10 anos.

A decisão é um grande voto de desconfiança no sistema europeu de aprovação de transgênicos e levanta sérias preocupações sobre a habilidade da agência de conferir a segurança dessas plantações. E também mostra que as autoridades européias estão começando a ter sérias dúvidas sobre a segurança de plantações transgênicas. Inúmeros especialistas e instituições internacional, como a Organização Mundial de Saúde e o Instituto Pasteur, têm levantado sérias dúvidas sobre os efeitos desses cultivos no meio ambiente e na saúde das pessoas.

A Agência Européia de Segurança Alimentar (EFSA, na sigla em inglês) terá que rever os seguintes itens:

* Sua opinião prévia sobre a segurança da batata geneticamente modificada (da Basf) depois das preocupações levantadas por instituições internacionais como a Organização Mundial de Saúde (OMS), Instituto Pasteur e a Agência Medicinal Européia (EMEA, na sigla em inglês). A batata transgênica contém um gene que lhe dá resistÊncia a certos antibióticos que são altamente relevantes para a saúde humana e animal.

* Sua avaliação prévia sobre duas variedades de milho transgênico, criados para produzir seus próprios inseticidas. Apesar da grande controvérsia científica sobre a segurança de transgênicos inseticidas, a EFSA originalmente afirmou que ambas as variedades em questão eram seguras. A EFSA então reconheceu que era incapaz de determinar os impactos ambientais indiretos e de longo prazo. No mês passado, a Comissão Européia concordou que a EFSA precisaria pelo menos dois anos para desenvolver sua capacidade de avaliar esses impactos dos transgênicos.

O Greenpeace e a ONG Amigos da Terra (Europa) querem que a EFSA seja reformada, para assegurar que suas opiniões sejam científicas e imparciais. A agência tem poucos funcionários e carece de especialistas apropriados para cumprir suas obrigações legais na avaliação dos riscos dos transgênicos na Europa.

"O resultado do debate na Comissão Européia é um claro indício de que a EFSA não inspira confiança. Pedir para que a EFSA, que não tem dinheiro nem equipe adequada, para reavaliar a segurança dessas plantações de transgênicos, pela terceira vez, é como colocar a raposa tomando conta do galinheiro", afirmou Marco Contiero, diretor da campanha de Transgênicos do Greenpeace Europa.

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