Pesca de arrasto não!

Notícia - 22 - ago - 2009
Relatório da ONU revisa metas para a proteção da vida marinha e mostra que é preciso fazer muito mais do que já foi feito até agora para proteger as águas profundas. Se mantivermos o mesmo risco, muitas vidas do mar podem desaparecer.

A proteção dos oceanos é uma necessidade cada vez mais urgente, devido ao alto nível de degradação que temos hoje. Apesar de serem fundamentais para a vida no planeta, os oceanos não recebem o cuidado devido para evitar problemas de poluição e perda de biodiversidade, entre outros.

A ONU lançou, no último dia 21, uma revisão do relatório das diretrizes destinadas à proteção da vida em águas profundas. O relatório mostra que os países tomaram medidas muito aquém de seus compromissos e uma das práticas mais devastadoras, a pesca de arrasto, continua a ser praticada.

O Greenpeace vem alertando os governos para a necessidade de acabar imediatamente com   atividades destrutivas para águas profundas. "É ultrajante que quase três anos depois das diretrizes propostas pelas Nações Unidas, os países tenham feito muito pouco - ou quase nada - para realmente impedir a pesca de arrasto regulamentada em alto mar", disse Farah Obaidullah, da campanha de oceanos do Greenpeace Internacional.

 A resolução do ano de 2006 da ONU estabeleceu medidas a serem implementadas pelos Estados-membros, a fim de proteger a vida em alto mar em águas internacionais. Tais determinações incluem também a realização de avaliações de impacto ambiental, identificando as regiões mais vulneráveis e garantindo que a pesca de arrasto não poderia ser realizada. As medidas valeriam a partir de 31 de dezembro de 2008.

Apesar disso, em junho de 2009, o Coalizão pela Conservação de Águas Profundas publicou a sua própria análise, que concluiu que, em todos os oceanos, os Estados-membros e organizações regionais de pesca (ORP) estão longe de viver de acordo com os compromissos assumidos em 2006. Mesmo nos poucos lugares onde as avaliações de impacto foram realizadas, eles só foram parcialmente concluídas ou não foram conclusivas. Muitas áreas onde os ecossistemas marinhos vulneráveis são reconhecidos ou prováveis de ocorrer, permanecem abertas à pesca de fundo com poucas ou nenhuma limitação. Finalmente, onde foram tomadas medidas, estas são muitas vezes fracas e oferecem pouca proteção à vida marinha.

Durante anos a comunidade científica, governos e as organizações ambientalistas em todo o mundo, têm alertado para os impactos devastadores da pesca de arrasto a longo prazo. A prática acaba com a vida de vastas extensões de mar, incluindo os frágeis ecossistemas de águas profundas e os corais que podem viver milhares de anos.   

"Se continuarmos no ritmo atual de destruição, em poucas décadas os habitats mais profundos e misteriosos do nosso planeta vão desaparecer para sempre. Se os países que pescam não podem ou não vão cumprir com o que prometeram, é melhor que parem de pescar.", concluiu Obaidullah. O Greenpeace cobrará à Assembleia Geral da ONU que peça um fim imediato à pesca de arrasto adotada pela Assembleia Geral em 2006.

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