13/08/2013 - Navio Arctic Sunrise em ação no mar de Barents ao norte da Rússia. © Will Rose / Greenpeace
Ele começou como inimigo: foi construído em 1975 para caçar focas. Navios como esse eram o alvo do Greenpeace nos anos 1980. Lançado em junho de 1996 como integrante da frota do Greenpeace, começou um tour pelas plataformas de petróleo inglesas e norueguesas no mar do Norte. Em 1997, conduziu o Tour Ártico, com ações diretas contra companhias petrolíferas e documentação dos efeitos do aquecimento global.
No ponto oposto do planeta, o Arctic Sunrise foi atrás de baleeiros japoneses, que caçam comercialmente na Antártida sob a desculpa de pesquisa científica, e de piratas que pescavam ilegalmente na Patagônia. Em 2000, o navio entrou na campanha contra o sistema de defesa Star Wars, do governo norte-americano, que poderia dar início a mais uma corrida armamentista nuclear.
No ano seguinte, ele veio para a América Latina em campanha contra o lixo tóxico. Em janeiro, esteve no Brasil para a “Expedição das Américas: chega de poluição”, que serviu de plataforma para protestos, denúncias e trabalhos com comunidades vítimas da poluição industrial.
Brasil
O Arctic Sunrise retornou ao país em setembro de 2001 para uma expedição na Amazônia, onde permaneceu por três meses denunciando a exploração ilegal de madeira, promovendo o manejo sustentável da floresta e realizando trabalhos com grupos locais vítimas da violência de madeireiros.
A campanha de transgênicos recebeu o Arctic Sunrise em 2004, com a expedição “Brasil melhor sem transgênicos”. O objetivo era divulgar os riscos oferecidos pelos alimentos geneticamente modificados e promover a produção de não transgênicos na economia brasileira.
Em 2006, o navio voltou com a expedição “Viva Amazônia”, que em dois meses passou, respectivamente, por Porto Alegre (RS), Santos (SP), Salvador (BA), Recife (PE), Fortaleza (CE), Belém (PA) e Manaus (AM) e recebeu mais de 25 mil pessoas. Propondo ações de proteção à floresta, como a implementação de uma rede de áreas protegidas e de uso sustentável e o consumo responsável de produtos florestais, foi possível levar a realidade de regiões remotas da Amazônia para grandes centros urbanos do nosso litoral.
Veja a câmera ao vivo do Arctic Sunrise.
A última visita do Arctic Sunrise ao país foi em 2009, com a expedição da campanha de clima “Salvar o planeta. É agora ou agora”. Em um tour de três meses pela costa brasileira, foram sete cidades visitadas e 22 mil visitantes. Durante sua passagem por Manaus (AM), Santarém, Porto de Moz e Belém (PA), o foco da expedição foi o fim do desmatamento na Amazônia. Ao longo da costa brasileira, de Fortaleza a Santos, a expedição contribuiu para o debate sobre a preservação dos oceanos, a necessidade urgente de investimentos para fontes renováveis de energia e os perigos da aventura nuclear brasileira, todos entrelaçados com a temática do aquecimento global.
Informações técnicas do Arctic Sunrise
Porto de registro: Amsterdã, Holanda
Nome formal: Polarbjorn
Dia de comissionamento: 1995
Número de camas: 28
Barcos infláveis: 4
Heliporto: Sim
Tipo de navio: Sea-going motor yacht
Identificação: PCTK
Construção: 1975 por AS Vaagen Verft
Tonelagem bruta: 949 toneladas
Comprimento: 49,62 metros
Largura: 11,50 metros
Arrasto: 5,30 metros
Velocidade máxima: 13 nós
Motor principal: MAK 9M452AK 2495 IHP 1619kW
Motores auxiliares: 2 Deutz BF6M716 208hp (175 kVA)
Motores laterais: 400 HP cada
Arctic Sunrise
Convés Principal
Convés de abrigo
Reservatório de combustível
O Arctic Sunrise já fez parte de diversas ações ao redor do mundo, ele representa o sangue ativista que corre em nossa organização. Ao defender o Ártico da exploração de petróleo, ficou quase 6 meses preso no gelado mar da Rússia, onde também estavam presos durante esses 3 meses, 28 ativistas e 2 freelancers que lutaram para expor toda a destruição causada por empresas petrolíferas da região. Por conta dessa apreensão, o navio ficou seriamente danificado e precisou de ajuda para ser reparado. Hoje ele já está de volta, navegando. A ação das pessoas foi essencial para que ele continuasse o seu trabalho de investigação, denúncia e ativismo. Você pode ajudar para que esse trabalho nunca termine e com a ação dele, podemos lutar para a criação do Santuário no Ártico. Junte-se a nós!