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Notas sobre o meio ambiente em tempo real.

  • Empresas pesqueiras se comprometem com a proteção da Antártida

    Postado por Thaís Herrero - 10 - jul - 2018 às 16:00

    Grupo com as maiores empresas que pescam krill anunciaram que não vão mais atuar em grandes áreas do oceano Antártico. A pesca em grande escala do krill é uma das ameaças ao bem-estar das espécies de baleias e pinguins que vivem na região. 

    Navio pesqueiro de krill, registrado na Antártida em março de 2018 durante uma expedição do Greenpeace à região. (Foto: © Paul Hilton / Greenpeace)


    Uma notícia surpreendente e muito boa para a proteção da Antártida: A maior parte da indústria pesqueira do krill na região, se comprometeu a parar de atuar em grandes áreas no oceano Antártico e áreas identificadas como ecologicamente sensíveis. Isso inclui as proximidades de colônias de pinguins, onde eles se reproduzem e têm seus filhotes.

    O krill é um minúsculo crustáceo, muito importante para a vida marinha por ser o alimento de muitas espécies, como pinguins, focas e baleias. Atualmente, a pesca do krill em larga escala está ameaçando o bem-estar da vida marinha na Antártida. E controlar a sua expansão é uma das medidas que nossa campanha quer. A petição apoiando a criação do Santuário do Oceano Antártico já conta com 1,7 milhão de apoiadores.

    Assine a petição

    As empresas que se comprometeram a parar a pesca do krill no oceano Antártico fazem parte da Associação de Pesca Responsável de Krill (ARK, da sigla em inglês) e representam 85% de toda a indústria pesqueira na região. Elas também afirmaram que vão apoiar a criação do Santuários do Oceano Antártico – que poderá ser a maior área protegida na Terra.

    A notícia do apoio das empresas pesqueiras de krill à proteção do oceano Antártico foi anunciada em um evento do Greenpeace em Cambridge, no Reino Unido. Segundo Kristine Hartmann, porta-voz da maior empresa de pesca de krill do mundo, “o comprometimento é importante para mostrar que é possível a coexistência de áreas livre de pesca e áreas de pesca sustentável”.

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  • 6 razões para apoiar a luta contra os oleodutos na América do Norte

    Postado por Juliana Costta - 27 - jun - 2018 às 11:24

    Empresas petrolíferas norte-americanas querem construir oleodutos gigantescos no Canadá, onde ficam as areias betuminosas ricas em petróleo, e nos Estados Unidos. E o que isso tem a ver com você?

    Os projetos, batizados de KeyStone XL, Trans Mountain e Bayou Brigde, ameaçam terras indígenas e a qualidade da água por onde passam, mas também o clima em todo o planeta, o que afeta inclusive quem está bem distante do problema, como nós, aqui no Brasil.

    As petrolíferas querem que você acredite que esses dutos cheios de óleo são seguros e vantajosos, e usam seu poder para intimidar quem ouse dizer o contrário. Nós do Greenpeace e outros parceiros já fomos processados, mas não vamos nos calar diante dos riscos desses empreendimentos para o meio ambiente e para as pessoas. Confira a seguir 6 razões pelas quais esses oleodutos são uma furada:

    1 - São péssimos para o meio ambiente

    Já está bem documentado que oleodutos vazam regularmente. Nesta última década, 34 MILHÕES de galões de líquidos perigosos vazaram de oleodutos apenas nos EUA. Estes novos oleodutos propostos para a América do Norte apresentam um alto risco de contaminar o solo e afetar o abastecimento de água que comunidades dependem. Isso, sem contar que explorar mais combustíveis fósseis como o petróleo é péssimo para todos os seres humanos do planeta devido às mudanças climáticas, que já mostram sua cara na forma de secas e tempestades mais severas.

     2 - São uma ameaça aos povos indígenas

    Os oleodutos violam a soberania e os direitos indígenas, pois atravessarão territórios de povos sem o seu consentimento. São comunidades indígenas de enorme importância cultural que, ameaçadas pela contaminação, poderão ficar sem água. É por isso que elas estão na linha de frente para impedir a construção dos oleodutos. Nós apoiamos essa resistência das pessoas aos projetos de infraestrutura para petróleo.

    3 - São bons para altos executivos, mas ruim para você

    Ao contrário do que as petrolíferas querem que você acredite, esses oleodutos não contribuirão para maior estabilidade de emprego a longo prazo. Uma vez que a construção termine, a maior parte dos postos de trabalho desaparecerá. Por outro lado, a indústria de energias renováveis é realidade, provando com seus números o aumento na geração de milhares de novos empregos nos setores de solar e eólica, a cada ano.

     4 - O dinheiro não pode falar mais alto

    Bancos são fundamentais para que esses projetos saiam do papel, pois são eles que viabilizam, por meio de empréstimos, o dinheiro que será usado na construção. É por isso que estamos pressionando, em nível internacional, bancos que já fizeram empréstimos para a Energy Transfer Partners (ETP) ou companhias relacionadas. Queremos que eles reavaliem suas posições e parem de financiar esses projetos que afetam tanto a saúde e a segurança das pessoas.

    5 - São uma ameaça global

    Seja na América do Norte, com os oleodutos da norte-americana ETP ameaçando os povos indígenas, seja na América do Sul, com os planos da francesa Total de perfurar na região dos Corais da Amazônia, os combustíveis  fósseis como o petróleo, o carvão e gás natural fazem vítimas diretas pelo risco de explosões, vazamentos e contaminação, e indiretas, pelos efeitos das mudanças do clima. As regiões polares vivenciam a retração do gelo, que coloca em risco tanto os animais do Norte quanto do Sul, além das pessoas que vivem em regiões costeiras e serão afetadas pela elevação do nível do mar. Enquanto isso, secas e tempestades mais severas, e migrações em massas de pessoas que não conseguem mais sobreviver em seus locais de origem, já causam grandes prejuízos econômicos e conflitos sociais. Precisamos impedir a exploração de petróleo. Precisamos parar essa ameaça global.

     6 - Eles querem nos calar

    A ETP quer muito nos silenciar. É exatamente por isso que precisamos falar cada vez mais alto a nossa oposição aos projetos devastadores desta empresa. Eles estão assustados com o poder que as pessoas têm quando se unem. Assustados de como estamos conseguindo revelar à opinião pública e aos tomadores de decisão a verdade sobre seus planos sujos e gananciosos. Mas as intimidações da ETP não vão nos parar!

    Esta batalha é maior que só um oleoduto ou empresa. É sobre os direitos dos povos indígenas, sobre os direitos humanos, sobre proteger a água limpa, é sobre justiça.

    Não podemos mais aceitar a exploração de petróleo. Sua produção, distribuição e uso causam danos ao meio ambiente e insegurança às pessoas. Você pode ser parte desta causa e nos ajudar nesta pressão. Clique aqui e assine a petição (em inglês) contra a construção dos oleodutos no Canadá e Estados Unidos.

    Diga NÃO ao petróleo e SIM às energia renováveis!

     *Texto atualizado em 5/7/2018, às 17h.
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  • A vontade de fazer algo pela natureza me levou a ser uma doadora do Greenpeace e já faço parte deste time há 7 anos.

    Me contam que quando eu era pequena, fui em uma festa na escola da minha irmã. No final de uma festa, o chão do pátio ficou cheio de lixo e eu não me conformava, ficava pegando lixo por lixo e colocando no cesto. Hoje quando me contam isso eu penso que a proteção do meio ambiente faz parte de mim, é algo que eu carrego antes mesmo de ter a consciência ambiental formada. Não gosto nem de imaginar os lixos no oceano e pensar tudo o que está acontecendo por lá.

    Gostaria de consumir menos embalagens, mas é difícil, não sou consumista mas tem alguns produtos que nos deixam reféns. Aqui onde eu moro a prefeitura faz coleta seletiva uma vez por semana, a gente separa e a prefeitura pega, a população aderiu bem a proposta e quem não aderiu a gente tenta conscientizar.

    Acompanho todas as campanhas do Greenpeace, entre elas lembro bem da proteção da Antártida, a luta contra os madeireiros, a brasileira presa na Rússia, o petróleo que ameaça destruir nossos corais e até os riscos do presidente ter liberado a exploração da RENCA. Sobre os corais eu tive mais informações porque eu sigo o Instagram do Greenpeace e eles falaram muito sobre isso por lá.

    Eu e meu pai, Alcides Veiga, visitando o navio do Greenpeace em juhlo de 2012 em Santos - SP

    É lindo ver o Greenpeace sustentado só por pessoas físicas, é muita gente junto! As empresas precisam baixar a cabeça, é o povo e também os clientes delas unidos pela natureza, é muita gente dando apoio. Eu como doadora me sinto aliviada, eu não posso estar lá e é até bom que eu não esteja, a minha vontade é de bater em todo mundo, então é melhor o Greenpeace, porque eles sabem fazer o que eu tenho vontade de fazer com mais “peace” que eu.  

    O meu recado para quem ainda não é um doador é o seguinte: A ganância do ser humano destrói a vida e está destruindo o nosso planeta. A gente precisa fazer alguma coisa e se não podemos fazer mais, vamos ajudar quem faz e o Greenpeace é formado por essas pessoas, AJUDE!

    Iris Veiga, 48 anos, autônoma e doadora desde 2011, natural de Santo André - SP. Leia mais >

  • Petrolífera Total e Ministro de Minas e Energia juntos?

    Postado por Thiago Almeida - 14 - jun - 2018 às 15:00

    Está na agenda oficial do Ministro de Minas e Energia (MME): hoje, às 16:00, ele estará com a petrolífera francesa Total para discutir os projetos da empresa no Brasil. A Total pretende explorar petróleo perto dos Corais da Amazônia e já teve seu Estudo de Impacto Ambiental (EIA) rejeitado quatro vezes pelo Ibama.

    Ativistas do Greenpeace protestam com uma mancha de óleo gigante em frente ao escritório da Total, no Rio de Janeiro. A empresa pretende explorar petróleo perto dos Corais da Amazônia, no norte do Brasil. O protesto deixou claro aos funcionários da petrolífera que o risco de derramamento é alto - e a empresa não está preparada para lidar com isso. É necessário que a Total desista do projeto. Foto: João Laet/Greenpeace

    Desde janeiro de 2017 o Greenpeace faz uma campanha internacional para que a Total fique longe dos Corais da Amazônia. Esse novo ecossistema, único, pouco conhecido e recém revelado ao mundo já está ameaçado pela ganância de empresas petrolíferas como a Total. Um derramamento de petróleo na área poderia causar danos irreversíveis a esse sistema recifal.

    A Total insiste em dizer que pode retirar petróleo de maneira segura na área, o que não é verdade. O mar na região tem algumas das correntes mais fortes do mundo: ⅓ das tentativas de perfuração no passado foram frustradas por acidentes mecânicos. O processo de licenciamento ambiental deve ser baseado em estudos, informações e dados técnicos. Porém, a petrolífera entregou dados incorretos e incompletos ao Ibama para tentar conseguir a licença. As informações sobre os possíveis impactos do projeto são mais do que suficientes para negar a licença ambiental para a Total, mas o Ibama deu à empresa uma quinta chance de aprovar o projeto.

    Ficam as questões: o que o MME e a Total estão discutindo nesse encontro? Vão falar sobre licenciamento ambiental, que é uma atribuição do Ibama, que responde ao Ministério do Meio Ambiente? Vão discutir sobre como favorecer ainda mais as petrolíferas estrangeiras que atuam no Brasil? O MME sabe o que está em jogo na bacia da Foz do Amazonas ou conhece somente os argumentos da Total?

    O processo de licenciamento ambiental, feito pelo Ibama, é público e pode ser consultado na internet. Cobramos transparência do Ministério de Minas e Energia e da Total em relação a esse encontro. Queremos saber o que foi discutido e quais os reais objetivos da reunião. No lugar de ceder às pressões da petrolífera, o ministro deveria cobrar da Total mais investimentos em novas energias renováveis.

    O movimento pela defesa dos Corais da Amazônia já tem mais de 2 milhões de pessoas - governo e petrolíferas deveriam ouví-las. Leia mais >

  • Todo dia é Dia do Meio Ambiente

    Postado por Asensio Rodriguez* - 5 - jun - 2018 às 11:10

    O Dia do Meio Ambiente é sempre um bom momento para refletirmos sobre o que estamos fazendo com a natureza, que afinal permite a vida da humanidade nesse planeta. Este ano, a reflexão é ainda mais importante, porque em poucos meses a população decidirá sobre as pessoas que conduzirão o futuro político do Brasil.

    Ao mesmo tempo, quando pensamos em todas as ameaças que o meio ambiente tem sofrido, especialmente nos últimos anos, fica claro que não temos tempo a perder. Não podemos abrir a guarda um minuto que seja para que os inimigos da natureza atuem.

    Basta lembrar como a maquinação entre os interesses da Bancada Ruralista e de um governo fraco e impopular ameaçam fazer o Brasil andar para trás 20 anos em dois, no que se refere à proteção ao meio ambiente. São interesses poderosos em jogo, que na maioria das vezes atuam nas sombras, em meio a conchavos e acordos poucos transparentes, completamente à margem dos interesses reais da sociedade.

    Mas a boa notícia é que indivíduos, organizações da sociedade civil, como o Greenpeace, e outros atores, como celebridades e influenciadores, atuando de forma ativa, estão conseguindo fazer frente, e muitas vezes paralisando, os avanços dos interesses poderosos contra a natureza. Juntos temos conseguido vitórias importantes, apesar do contexto extremamente desfavorável.

    Por isso, neste Dia do Meio Ambiente, além de seguir apontando todas as ameaças que existem, acredito que é também importante celebrar o poder das pessoas.

    Mobilização em Ipanema, no Rio de Janeiro, pela preservação da floresta Amazônica e contra os retrocessos ambientais do governo Temer. Foto: Júlia Mente/Greenpeace

    Lembremos, ainda no ano passado, da luta conjunta contra a extinção da Reserva Nacional de Cobres e Associados (RENCA), que uniu milhares de pessoas e centenas de organizações em todo Brasil no #TodosPelaAmazônia. O governo foi obrigado a recuar da sua proposta e isso se deveu justamente à capacidade de organização da sociedade.

    Mais recentemente, a bancada ruralista vem tentando enfiar goela abaixo da sociedade seu "Pacote do Veneno", que flexibiliza as regras sobre agrotóxicos, incluindo a cara de pau de tentar transformar "agrotóxico" em "defensivo agrícola", como se a simples mudança de nome alterasse o efeito sobre a saúde. Mas, novamente, a sociedade organizada tem confrontado este absurdo. Ao ponto em que os congressistas defensores desta flexibilização não conseguirem até o momento botar essa pauta em votação. E, se depender de todos nós, não conseguirão.

    Voluntários de várias cidades do Brasil fizeram atividades no dia 28 de janeiro, com quebra-cabeças gigantes para chamar atenção à ameaça que os corais sofrem da indústria do petróleo. Foto: Kamila Oliveira/Greenpeace

    Um último exemplo do poder da ação direta e decidida da sociedade são os mais de 2 milhões de pessoas que se juntaram à campanha liderada pelo Greenpeace em defesa dos corais da Amazônia. Ali, também, os interesses corporativos trazem uma grande ameaça ao ecossistema de corais existente na foz do rio Amazonas e que são ainda relativamente pouco conhecidos pela ciência. Uma mobilização gigante e permanente, não apenas no Brasil, mas também em outros países, tem conseguido impedir que a empresa francesa Total e a inglesa BP sigam com seus planos de explorar petróleo na região.

    Tudo isso para mostrar que na verdade o Dia do Meio Ambiente é todo dia. Temos de estar sempre vigilantes, conscientes e prontos para atuar contra os interesses que querem destruir a natureza e a vida.

    Eles nunca descansam.

    Nós também não.

    *Asensio Rodriguez é Diretor Executivo do Greenpeace Brasil Leia mais >

  • Para defender os Corais da Amazônia, ativistas barram reunião da Total

    Postado por Thaís Herrero - 1 - jun - 2018 às 10:21 1 comentário

    Mais de 250 ativistas do Greenpeace e da ANV-COP21 interromperam a reunião anual da petrolífera Total para se fazer ouvir e defender os Corais da Amazônia

    Escalador com banner em defesa dos Corais da Amazônia. Ativistas foram à reunião anual da Total para defender esse ecossistema único. (Foto: ©Greenpeace/ANV-COP21)

     

    Era para ser mais uma reunião anual comum, na qual empresários e empresárias da Total passam o dia discutindo o balanço e o futuro da petrolífera. Reunidos em Paris na manhã desta sexta-feira (01/06), eles tiveram uma grande surpresa. E cancelaram o evento.

    Mais de 250 ativistas do Greenpeace e da organização ANV-COP21 interromperam a reunião para protestar pacificamente em defesa dos Corais da Amazônia. A Total planeja explorar a costa do Brasil a qualquer custo, ignorando mesmo as novas descobertas obtidas na expedição científica que o Greenpeace e cientistas fizeram em abril e maio deste ano. 

    A primeira surpresa da reunião foi o surgimento de escaladores que, do alto do palco do evento, abriram banners com a frase "Defenda os Corais da Amazônia" em diferentes idiomas. Enquanto isso, fora do prédio, outros ativistas e músicos faziam uma batucada no estilo brasileiro. Essas pessoas vieram de dez diferentes países para representar as mais de 2 milhões de assinaturas na petição que pede para a Total desistir dos seu planos.

    "Na frente de seus próprios acionistas, a Total se considera uma 'grande responsável da energia'. Mas me pergunto se é responsável explorar petróleo a quase 2 mil metros de profundidade, em condições de correntes marinhas extremas e perto de um recife recém-descoberto", questiona Thiago Almeida, especialista em Energia do Greenpeace Brasil.

    Para Pauline Boyer, porta-voz da ANV-COP21, a abertura de novas áreas para exploração petrolífera, como planeja a Total, é um absurdo diante do contexto climático no qual vivemos. "As emissões de gases de efeito estufa precisam ser drasticamente reduzidas. Protestos pacíficos como este são essenciais para denunciar a falta de ação por parte de multinacionais como a Total", acrescentou.

    Vindos de dez países diferentes, ativistas foram à reunião da Total para que a empresa ouça, de uma vez por todas, que explorar petróleo perto dos Corais da Amazônia é irresponsável. (Foto: ©Greenpeace)

     

    A mobilização de hoje faz parte da campanha do Greenpeace que, desde janeiro de 2017, tenta barrar o projeto de petrolíferas que querem perfurar a região próxima aos Corais da Amazônia. No caso de um vazamento de óleo, não apenas o recife estará ameaçado, mas também a costa da Guiana Francesa e os manguezais da região. Dezenas de comunidades dependem dos recursos pesqueiros ali para sobreviver. 

    Há anos a Total quer ter seu projeto na foz do Amazonas aprovado – ainda que 2 milhões de pessoas, cientistas e até o governo brasileiro mostrem sua oposição a ele. Na quarta-feira (30/05), o Ibama publicou uma nota em que questiona a qualidade dos dados do Estudo de Impacto Ambiental da Total. O órgão diz ainda que a empresa está com dificuldade de mostrar como agiria em caso de um vazamento de petróleo.

    Escaladores na reunião anual da Total levaram a mensagem de mais de 2 milhões de pessoas que são contra a exploração de petróleo perto dos Corais da Amazônia. (Foto: ©Greenpeace) Leia mais >

     

  • Seguindo as pegadas do boi na Amazônia

    Postado por Rosana Villar - 30 - mai - 2018 às 16:40

    Documentário, que estreia nesta semana na Mostra Ecofalante, em São Paulo, revela como opera a cadeira da pecuária na Amazônia -

    Sob a Pata do Boi - Trailer from ((o))eco on Vimeo.

     

    Não é de hoje que o caminho do boi vem deixando pegadas na Amazônia. Estamos falando de um setor que ocupa mais de 60% das áreas desmatadas da floresta e, dessa maneira, responsável por boa parte das emissões de gases do efeito estufa do Brasil. O documentário “Sob a Pata do Boi”,que estreia nesta quinta-feira (30), na Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental, revela como opera a cadeira da pecuária na Amazônia.

    Não seria exatamente um spoiler dizer que a pecuária é, ainda hoje, uma poderosa ferramenta de destruição e grilagem de terra na floresta, usada sem embaraço ou economia. Mas se todo mundo está cansado de saber, porque não conseguimos mudar este cenário? 

    Esta e outras questões estarão no centro do debate que será conduzido na sequência da exibição filme, e terá as participações de Adriana Charoux, da campanha de Amazônia do Greenpeace,  Paulo Barreto, pesquisador sênior do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), e Marcelo Isensee e Sá, diretor do longa. 

    A farra do boi na Amazônia

    Desde 2009 o Greenpeace Brasil atua investigando e expondo os impactos causados pela expansão da criação bovina na Amazônia. Naquele ano publicamos o relatório “A farra do boi na Amazônia", que deu origem ao Compromisso Público da Pecuária, assinado pelos maiores frigoríficos do país. Em 2015 lançamos o relatório Carne ao Molho Madeira, mostrando que os principais supermercados do Brasil não garantem a seus clientes que a carne vendida nas gôndolas respeite o meio ambiente e os direitos humanos. E, este ano, iniciamos uma campanha global para incentivar a redução do consumo de carne, como medida possível para reduzir o impacto do setor no clima. 

    Mas mesmo com toda a movimentação por parte do setor e dos consumidores, a realidade no campo pouco mudou, é o que destaca o documentário. Esperamos a sua participação, a entrada é gratuita.

    Serviço:

    “Sob a Pata do Boi” (Exibição do filme e debate)

    Centro Cultural São Paulo

    Rua Vergueiro, 1000 – Liberdade. São Paulo

    31 de maio (Qui) – 19h30

    Entrada gratuita (sujeito a lotação)

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  • Mais uma vez, a Total não fez sua lição de casa

    Postado por Thaís Herrero - 29 - mai - 2018 às 18:02 2 comentários

    O Ibama publicou um novo parecer sobre o projeto da petrolífera. Ainda há muitas pendências para que o Ibama considere a perfuração perto dos Corais da Amazônia uma operação segura. Nós não temos dúvidas disso

    Banco de rodolitos coberto por algumas esponjas-do-mar descobertos dentro do bloco onde a Total quer explorar petróleo. Eles estão a 180 metros de profundidade e 120 km da costa brasileira. (Foto: ©Greenpeace)

    Pela quarta vez, o Ibama está questionando fortemente a qualidade do Estudo de Impacto Ambiental da petrolífera Total, que quer explorar petróleo perto dos Corais da Amazônia. E deu mais tempo para a empresa esclarecer alguns pontos sobre seu estudo, que é repleto de falhas. "O parecer do Ibama é claro ao mostrar que a empresa não apresentou dados que possibilite continuar o processo de licenciamento", diz Thiago Almeida, especialista em Energia do Greenpeace Brasil.

    Até agora, a empresa não conseguiu demonstrar como prospectaria petróleo de maneira segura na bacia da foz do Rio Amazonas. Uma das novidade deste Parecer Técnico (n° 73) é que o órgão está considerando as descobertas sobre os Corais da Amazônia feitas pelo Greenpeace e um time de cientistas na expedição entre abril e maio deste ano.

    A expedição mostrou que existe um banco de rodolitos em um dos blocos da Total, fato que a empresa nunca havia publicado. Agora, a Total terá que explicar o porquê.

    Enquanto o Greenpeace navegava pela costa do Brasil e da Guiana Francesa, ficou provado que a área coberta pelos o recifes é maior do que os estudos anteriores demonstraram. Foram observadas possíveis novas espécies de peixes, além da descoberta de que os Corais da Amazônia se estendem até a Guiana Francesa, uma área que poderia ser impactada no caso de um derramamento de petróleo. Nenhuma dessas informações está contemplada no EIA da Total.

    A Total já demonstrou sua incapacidade de fazer um Estudo de Impacto Ambiental completo e que mostre de forma clara os riscos da operação na região da Foz do Rio Amazonas. Desde que descobrimos que existe uma formação recifal dentro de um dos blocos da empresa, o EIA atual deveria ser considerado inválido porque não traz essa informação. É inaceitável ter exploração de petróleo ali, permitindo arriscar esse ecossistema.

    Em 50 dias de expedição, descobrimos novas informações sobre os Corais da Amazônia, em uma amostra de que ainda há muito a ser revelado e estudado sobre esse ecossistema. Como disse Thiago Almeida, "devemos priorizar a pesquisa científica naquela região e não a exploração de petróleo.

    "Novamente a empresa apresenta um relatório cheio de pendências e incertezas, demonstrando que a exploração de petróleo ali não é segura e coloca os Corais da Amazônia em risco", disse Thiago.

    A seguir, destacamos alguns trechos do documento do Ibama:

    "Neste sentido, são notórias as dificuldades encontradas pela empresa para solucionar questões técnicas para a realização da perfuração, em especial aquelas ligadas a apresentar um Plano de Emergência Individual que seja exequível e compatível com a extrema sensibilidade ambiental da região. Sensibilidade esta já identificada, mas também potencial, visto que a área ainda apresenta lacunas científicas expressivas, em especial em relação ao chamado Sistema Recifal da Foz do Amazonas."

    "Conforme exposto no parecer, foram identificadas pendências em diversos itens da quarta revisão do EIA, em especial no Plano de Emergência Individual. Neste se destaca a dificuldade da empresa em apresentar uma logística que atenda a um cenário de emergência, bem como a ausência, até o momento, de um acordo bilateral entre Brasil e França, essencial para um adequado atendimento a um acidente que envolva o derramamento de óleo."

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  • Vem aí a 7a Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental

    Postado por Rodrigo Gerhardt - 25 - mai - 2018 às 17:40

    Com entrada gratuita, a Mostra mais importante do gênero na América do Sul está imperdível, com 121 filmes de 31 países que serão exibidos em diversas salas de São Paulo, incluindo o vídeo de realidade virtual do Greenpeace que simula sensorialmente a visita à uma aldeia Munduruku - 

    Chico Mendes - Foto: Divulgação

     

    A tradicional Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental está pronta e chega em sua sétima edição maior em importância e tamanho. São 121 filmes de 31 países, muito deles inéditos, para quem ama cinema e natureza. Este ano, o homenageado será Chico Mendes, em função dos 30 anos da morte do líder seringueiro, com uma seleção especial de filmes dedicados à sua memoria.

    O evento vai de 31/5 a 13/6 em diversas salas de cinema e espaços culturais da cidade de São Paulo - confira a programação completa. Um dos destaques é a retrospectiva  histórica do polêmico diretor alemão Werner Herzog com 18 filmes,  que já considerada a maior do diretor já realizada no Brasil. 

    Outra atração imperdível é a primeira experiência multissensorial de realidade virtual capaz de reproduzir uma vivência dentro de uma aldeia indígena na Amazônia. A cápsula instalada no Cine Olido exibirá o filme "Munduruku - A Luta para Defender o Coração da Amazônia", permitindo ao público visitar e “sentir” a aldeia Sawré Muybu, às margens do rio Tapajós, a partir de estímulos táteis, auditivos e olfativos. 

    A Mostra Internacional Contemporânea tem ainda filmes assinados por nomes como Jia Zhangke, Julien Temple D. A. Pennebaker e Wang Bing. E a Competição Latino-Americana traz 28 títulos representando oito países da região. 

    Além dos filmes, será possível participar de uma série de debates sobre temas como preservação, povos e lugares, consumo, trabalho e cidades, além de workshops.

     
  • Diário de Bordo - Histórias de Esperanza

    Postado por Tiago Batista - 24 - mai - 2018 às 10:10

    Fui convocado a ir para Belém do Pará, com a missão de receber os doadores do Greenpeace no navio Esperanza que acabou de voltar de uma expedição na região dos Corais da Amazônia.

    Fui cheio de expectativas, pra mim era tudo novo, sou novo no time do Greenpeace, e finalmente viveria minha primeira experiência próximo a algo tangível, diferente do dia a dia do escritório.

    Na sexta-feira, véspera da visita ao Esperanza, fizemos nossa primeiro tour com treinamento para entender como seria a atividade. O navio, cheio de imponência, causava um impacto a primeira vista e a sensação de ser impactado seguia a cada descoberta, com tudo, não tinha como não imaginar a alegria e a agonia de ficar meses a bordo.

    Sábado, dia 19 de maio, às 8h.  Cheguei no Esperanza, a fila já estava formada antes mesmo da visita começar. Voluntários corriam de um lado para o outro. A equipe organizando todos os detalhes, o gerador para de funcionar e os computadores de cadastro é desligado. E assim segue... Com o povo ansioso e feliz de ver o navio Esperanza por ali.

    Logo se escuta um grito de guerra que dizia: "Eu seguro sua mão na minha, para que juntos possamos fazer aquilo que eu não posso fazer sozinho" repetido três vezes, com um grande coro, foi de arrepiar. Era a equipe do Diálogo Direto, eles que são desafiados a conscientizar as pessoas sobre a importância de doar para os projetos do Greenpeace. A fila olhava e o grito de guerra e se contagiava.

    O navio estava aberto, os grupos seguiram conhecendo a história dos corais e fazendo a visita nesta “ferramenta” de 72 metros, um grande instrumento utilizado para defender as belezas naturais em todo o mundo.

    Não perdi tempo, eu queria falar com as pessoas, entender as histórias. Então era só me aproximar de alguém, que eu já começava a bater papo.

    As histórias seguiam com relatos incríveis. O "João" veio com os dois filhos e decidiu tornar o "Guilherme", o filho mais novo, um doador, para amenizar a culpa que ele sentia por ser um funcionário de uma terceirizada contratada pela petroleira Total para contribuir com o projeto de exploração da região.

    A dona Maria me mostrou a carteirinha de doadora, ela contribui desde 2000 e chamou para tomar um café na casa dela, do outro lado do rio e garantiu que eu não ia me arrepender. Deu água na boca, mas tive que deixar para uma próxima... #chatiado

    Conheci também o Pedro, que se apresentou como traficante, um traficante de conhecimento, que muitos chamam de professor. Apaixonado pela natureza, usa de meios diferentes para transmitir sua paixão para os adolescentes.

    Para o primeiro dia, eu havia convidado uma doadora para fazer um tour especial com a Helena, bióloga  brasileira que acompanhou a expedição. Que papo gostoso!!! Fomos a cabine principal, ela perguntou de tudo, a Helena respondeu diversas curiosidades, gravamos um vídeo que eu já estou ansioso pra ver e este encontro finalizou com aquele abraço apertado, como uma mãe orgulhosa e feliz em encontrar a filha bióloga que volta de uma grande vitória (Não vencemos ainda, mas estamos cada vez mais perto).

    O sábado terminou, o corpo estava cansado, mas o coração já estava ansioso pelas surpresas que o domingo reservava.

    Bom dia, domingo, 20 de maio de 2018. Estou aqui, vendo o sol brilhar nas águas barrentas do Rio que não sei o nome ainda. A fila está o dobro de ontem, o professor intitulado traficante passa para trazer um pão de queijo, ele já entrega pedindo desculpas, dizendo que está murcho, mas na real, foi um dos melhores que já provei.

    Passei na tenda das crianças, lá eu encontrei um garotinho, ele desenhou o navio do Esperanza e também fez um peixe todo colorido que ele chamou de dourado. Na hora que passei por lá, tinha uma menininha, com o pai do lado, eles só falavam inglês, mas ela estava montando uma tartaruga com massinha de modelar, e fez um coração pra pôr do lado. Aiai.. respiro fundo e penso: "há esperança, obrigado, Esperanza"

    Falei com muita gente! Pessoas cultas e bem instruídas, pessoas simples e bem decididas. Lembro do papo com um agricultor, ele ressaltava que deveríamos estar em Brasília, onde as leis estão sendo afrouxadas. Não titubeei, e logo o informei que estamos lá, mostrei matérias e falei das dificuldades então ele tomou a decisão de ser um doador.

    O dia foi corrido, o tempo passou voando, mas consegui um tempinho pra entrevistar a Ana Paixão, uma professora universitária, voluntária e doadora; Ela estava imensamente emocionada, pertencia ao grupo de voluntários recém formado que contribuiu para o evento em Belém acontecer. Ela olhava pra fila e chorava dizendo: "Meu Deus, como eu sonhei com este dia, como o nosso Pará precisava disso!" O cansaço e o calor tomava conta de todos, mas a cada situação dessa, as forças se revigoravam e o desejo que dava era de expandir a visita até a meia-noite.

    Última hora, fila imensa, cai a chuva e ninguém saia da fila, as pessoas falavam do Greenpeace com paixão. Um botton, um adesivo, fazia a felicidade de quem deposita a confiança nesta organização.

    Quatro senhoras chegam, todas com mais de 70 anos e super elegantes, vieram me pedir um favor: gostariam que eu conseguisse a liberação pra elas fazerem a visita mesmo depois da fila ser encerrada, pelo menos para serem as últimas. Falo com o responsável, e não há como negar.. elas contaram que juntas ajudavam as comunidades ribeirinhas a tirarem seus documentos e utilizarem dos programas sociais. Elas contam que em 2000, um dos navios do Greenpeace parou o Rio, fechou a passagem das barcas impedindo que levassem grandes toras de madeira pra serem entregues para os navios internacionais. A polícia apreendeu tudo e doou para a construção de casas para as famílias ribeirinhas.

    Foi um fim de semana rico de vivência e experiência. Falei com todo tipo de gente, do mais simples ao doutor, aprendi com todos, e registrei hoje aqui para multiplicar essa experiência e levar um pouquinho a cada um de vocês.

    Após ver a união de voluntários correndo para todos os lados, doadores orgulhosos e dispostos a contribuir pra ver este projeto acontecendo, funcionários dedicados e trabalhando com paixão e a população de Belém contemplada com a visita e entendendo a razão de toda essa movimentação, consigo dizer, com propriedade, em nome do Greenpeace, que #SomosPorTodos

    Mesmo a distância, "Eu seguro sua mão na  a minha, para que juntos possamos fazer aquilo que eu não posso fazer sozinho. Luz, paz, amor, Greenpeace!"

    Eu sou Tiago Dias, trabalho no Relacionamento com Doadores e também defendo os Corais da Amazônia



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