Nesta tarde, o governo do Reino Unido lançou uma declaração na qual confirma o adiamento da próxima convenção de Clima da ONU para 2021 devido a pandemia do coronavírus. A COP26 era esperada para acontecer em novembro deste ano, em Glasgow. A convenção – que é o espaço mais importante na discussão e diretrizes das políticas internacionais de clima – esperava receber mais de vinte seis mil participantes. As nova datas ainda não foram confirmadas.
A decisão foi baseada nos esforços e medidas que o governo do Reino Unido tem implementado para desacelerar a curva de infecção do novo coronavírus. “Atualmente, o mundo está enfrentando um desafio global sem precedentes e os países estão concentrando seus esforços corretamente em salvar vidas e combater o COVID-19. Por isso, decidimos reagendar a COP26”, disse Alok Sharma, ministro de Negócios e Energia e Presidente da COP26.
Segundo Jennifer Morgan, diretora executiva do Greenpeace Internacional, a resposta ao COVID-19 deve ser resiliente para a nossa saúde e o clima. “ O objetivo dos governos agora é cuidar de seus cidadãos, estabilizar e reconstruir – e eles devem fazê-lo de maneira a criar um mundo justo e seguro para o clima, porque a saúde ambiental e nosso próprio bem-estar dependem um do outro. A suspensão da COP26 deve fazer com que os governos dobrem seus esforços para garantir um caminho verde e justo no enfrentamento dessa crise de saúde e da emergência climática. Esta pandemia mostra que há enormes lições a serem aprendidas sobre a importância de ouvir a ciência e a necessidade de uma ação global coletiva urgente”, enfatiza.
Desde 2018, as Convenções de Clima vêm sofrendo interferências para acontecer. Devemos lembrar que a COP25 deveria ter ocorrido no Brasil, aceita pelo governo Temer, e logo depois negada durante o governo provisório de Bolsonaro. O Chile, então, aceitou sediar a convenção e um mês antes cancelou a execução em Santiago, devido às manifestações políticas no país. Dessa forma, a COP25 aconteceu em Madrid, na Espanha, no final do ano passado.
Iago Hairon, porta-voz da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil, afirma que não devemos ter dúvidas de que a saúde e o bem-estar da população devem estar em primeiro lugar num cenário de pandemia, porém, não podemos e não devemos diminuir os esforços para cumprir o Acordo de Paris. “A solução das duas crises, dependem da fortificação de esforços conjuntos entre países”, finaliza.
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