
No último sábado, 28 de junho, foi celebrado o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+. Neste ano, o Greenpeace Brasil se juntou ao Observatório do Clima, WWF Brasil, Instituto Socioambiental (ISA), Engajamundo e ClimaInfo em uma ação durante a Parada do Orgulho de São Paulo, realizada no domingo, 22 de junho.
O objetivo dessas organizações foi unir forças para amplificar as vozes que exigem justiça climática para a comunidade LGBT+, especialmente de pessoas em situação de vulnerabilidade em contextos urbanos no Brasil.
A Parada deste ano trouxe como temática oficial “envelhecer: memória, resistência e futuro”, tema que dialoga diretamente com a nossa pauta climática. Afinal, o futuro que desejamos para o planeta precisa respeitar todas as existências, em todos os corpos, territórios e idades, conforme destacaram os comunicados das organizações socioambientais envolvidas.
O Greenpeace Brasil foi representado por integrantes do Grupo de Voluntários de São Paulo. Por isso, convidamos alguns deles a compartilharem suas experiências e refletirem sobre a conexão entre a pauta climática e a histórica luta da comunidade LGBTQIAPN+:
“Participar da Parada LGBTQIAPN+ como parte do time de voluntários do Greenpeace São Paulo foi uma experiência potente e inesquecível. Foi ainda mais especial poder somar forças com outras organizações que admiramos como WWF, Observatório do Clima e ISA, mostrando que, quando juntamos nossas vozes, somos ainda mais fortes. O voluntariado do Greenpeace é isso: estar onde importa, construindo pontes, trocando ideias, e celebrando a vida em toda sua diversidade. Estar ali, ocupando as ruas com orgulho, cores e luta, foi também reafirmar que a defesa do meio ambiente está diretamente ligada à justiça social e aos direitos humanos. Porque o futuro que queremos é coletivo, colorido e justo para todes.“

Voluntário
“Ter participado da maior parada do mundo e enquanto voluntário do Greenpeace Brasil realmente foi uma experiência inovadora e bastante construtiva. Pude ver a reação amistosa das pessoas ao começarmos a caminhar com nossas bandeiras e cartazes, o engajamento dos ativistas nos trios elétricos e a animosidade de todos que estavam presentes na avenida paulista. O dia começou com tempo de chuva e achei que isso fosse enfraquecer o movimento, mas engano meu! A parada foi aumentando cada vez mais e foi lindo presenciar a atuação conjunta do Greenpeace com as entidades ambientais parceiras pautando um planeta saudável para envelhecer enquanto LGBT+. Achei que os temas fizeram muito sentido juntos, e também vejo isso como uma porta para aproximarmos e estreitarmos ainda mais nossas alianças com outros movimentos.“

Estagiário do time Jurídico do Greenpeace Brasil e voluntário
“É interessante poder apreciar o que não se é e o que não se quer ser visto, o que diz que estaria em qualquer outro lugar, em uma química silenciosa de frustração e vergonha. Na Parada do Orgulho, não existe apenas um incentivo, mas uma verdadeira busca, muitas vezes dentro de si, em acolher, interagir e enxergar todas as pessoas. É de extremo valor a troca que se tem com quem ainda parava para conversar. (…) E foi graças a estas pessoas que se propuseram a ouvir a respeito do nosso voluntariado, que rapidamente assoprou-se todo tipo de vergonha antes presente. São elas que se lembram, se enxergam, e ouvem, se impulsionam. São elas que se interessam pela fragilidade da vida na Terra neste contexto atual e que fazem parte da resistência. Pessoas que me orgulham estar ao lado; além desse mês, por todo o ano.“

Voluntário
Entre as vozes das organizações parceiras, destacamos as palavras de Gab Caeu, assessor de mobilização e engajamento para a COP 30 no Observatório do Clima. Ele chamou atenção para os corpos que permanecem à margem da sociedade e que são os mais afetados pela crise climática, em especial as pessoas LGBT+, com ênfase nas pessoas trans. Para Gab, as chuvas no Rio Grande do Sul em 2024 evidenciaram o que pode ser chamado de “transfobia ambiental”: as discriminações e violências (verbais e/ou físicas) que corpos trans enfrentam em abrigos climáticos ou durante ações de atendimento e acolhimento a populações impactadas por eventos extremos. Para superar esse tipo de injustiça, fruto da cisnormatividade que molda a forma como enxergamos a natureza e nossa relação com ela, o especialista propõe “transicionar o sistema”, especialmente do sistema climático, incorporando novas visões e perspectivas, e garantindo que as vozes mais impactadas e marginalizadas sejam ouvidas nos espaços de debate sobre a crise climática.
Em suma, precisamos lembrar que a luta por direitos e por uma vida digna para as pessoas LGBTQIAPN+ não está separado das pautas sociais e ambientais que organizações como o Greenpeace Brasil defendem; muito menos da urgência por medidas (públicas ou privadas) que procuram materializar a justiça climática e ambiental que tanto precisamos para garantir a vida no planeta para a atual e futuras gerações. Em outras palavras, o orgulho também nos convida a lutar e acreditar que um mundo mais verde e justo para todas as pessoas é possível.
Junte-se a nós para fortalecer essa e outras iniciativas!
Sem a ajuda de pessoas como você, nosso trabalho não seria possível. O Greenpeace Brasil é uma organização independente - não aceitamos recursos de empresas, governos ou partidos políticos. Por favor, faça uma doação mensal hoje mesmo e nos ajude a ampliar nosso trabalho de pesquisa, monitoramento e denúncia de crimes ambientais. Clique abaixo e faça a diferença!