A primeira semana da COP30 foi marcada por avanços importantes, disputas políticas e intensa mobilização social. 

Confira abaixo seis atualizações importantes da COP30 na primeira semana do evento:

1. Agenda oficial aprovada já no primeiro dia

Em um movimento incomum para o processo multilateral, a agenda da conferência foi aprovada logo no primeiro dia, com temas que concentraram maior atenção como o financiamento climático, fundamental para que países em desenvolvimento possam implementar ações de mitigação e adaptação, e a lacuna existente entre promessas e entregas dos países desenvolvidos em relação à meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C até 2030.

Apesar da aprovação da agenda, ainda existe o impasse sobre como esses assuntos foram e ainda serão tratados ao longo das negociações, que vão até sexta, dia 21/11.

2. Primeiros rascunhos de decisão começaram a circular

Os países iniciaram a discussão de textos preliminares sobre adaptação, transição justa e o Global Stocktake (GST), “balanço global” realizado a cada cinco anos para avaliar o progresso climático. 

No último GST, ocorrido na COP28, o diagnóstico apontou duas grandes necessidades: zerar o desmatamento até 2030 e eliminar gradualmente os combustíveis fósseis até 2050, o que segue sendo um dos principais desafios desde a COP29, ocorrida em Baku, no Azerbaijão, no ano passado.

3. Reforço da necessidade de compromissos mais ambiciosos

Na abertura da conferência, o presidente Lula defendeu que a COP30 avance na construção de mapas do caminho até o fim do desmatamento e dos combustíveis fósseis, fala que colocou pressão extra sobre países que resistem em incluir os temas nas decisões oficiais da conferência

4. Mobilização social na Marcha Global Pelo Clima

No último sábado, 15 de novembro, a Marcha Global pelo Clima reuniu milhares de participantes em Belém, com manifestações paralelas em Porto Alegre, São Paulo e outras cidades, reforçando demandas por justiça climática, financiamento adequado, responsabilização dos grandes emissores e proteção das florestas e dos povos que delas dependem, deixando em evidência que a sociedade segue vigilante e articulada durante a conferência.

5. Encontros simbólicos que reforçam a centralidade da Amazônia para diferentes gerações

A realização da COP30 na Amazônia tem gerado momentos de forte simbolismo, como o encontro entre o cantor canadense Shawn Mendes e o Cacique Raoni, uma das maiores lideranças indígenas do mundo, evidenciando a relevância da região para a agenda climática global, além de fortalecer a visibilidade das pautas amazônicas no cenário internacional e entre gerações.

6. Presença de lobistas da indústria fóssil bate recorde na COP30

Apesar de esta ser a COP com maior delegação indígena na história da Conferência, a COP30 também registrou um recorde preocupante: nunca houve tantos lobistas da indústria fóssil dentro de uma conferência do clima. 

Um em cada 25 participantes cadastrados está ali para defender os interesses de petroleiras e empresas associadas ao setor. É no mínimo contraditório que, em um espaço criado para discutir a crise climática, ganhe cada vez mais força a presença de quem alimenta essa crise. 

Com a chegada dos ministros para essa segunda semana de negociações, aumentam as expectativas por avanços concretos. Ainda não existe nenhuma definição sobre a inclusão de temas como desmatamento zero e transição para o fim dos combustíveis fósseis nas decisões finais, mas, caso avancem, podem representar um marco histórico para o futuro do nosso planeta.

Seguiremos acompanhando e pressionando responsáveis por resultados concretos e alinhados à evidências científicas.

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