foto do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, falando durante o programa Bom Dia, Ministro.

Para de passar pano pra JBS, Ministro. Deixe os fiscais trabalharem!

📝 Nós temos um dever a zelar:

O Brasil é referência mundial na luta contra o trabalho escravo contemporâneo e um dos instrumentos mais importantes para a manutenção desse trabalho é a inclusão de empregadores, na Lista Suja. Essa lista reúne TODOS aqueles que comprovadamente submetem pessoas à condições análogas à escravidão.

🗣️ Espera. A gente disse TODOS?

Menos a JBS! Graças a uma medida do Ministro do Trabalho e Emprego Luiz Marinho, que puxou pra si próprio (de maneira inédita!) a decisão final sobre a inclusão ou não da JBS Aves na Lista Suja.
Isso nunca havia acontecido desde a criação do cadastro, em 2003. A JBS Aves foi responsabilizada por submeter dez pessoas a condições análogas à escravidão no Rio Grande do Sul.

Essa interferência política coloca em risco a autonomia técnica dos fiscais e pode abrir um perigoso precedente de impunidade para grandes empresas. Além de violar a Convenção 81 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que traz garantia à independência técnica da fiscalização trabalhista.

Em protesto, todos os 19 auditores, que estavam na linha de frente da luta contra o trabalho escravo, entregaram seus cargos de coordenação. A renúncia coletiva mostra a gravidade da situação e o risco de retrocessos na proteção de milhares de trabalhadores e trabalhadoras.

Não estamos sós nesta demanda, a Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (CONATRAE) e parceiros da sociedade civil também exigem respostas.

📌 O que o ministro deve fazer imediatamente:

  1. Revogar o despacho ministerial n°3010/2025 que toma para si mesmo a decisão final em relação ao processo administrativo relacionado à JBS;
  2. Respeitar a autonomia da fiscalização do trabalho e a Lista Suja;
  3. Não interferir em processos técnicos para defender interesses escusos que não representam o povo brasileiro.