Petição “Petróleo na Amazônia Não” pressiona o presidente Lula e o governo federal para que se comprometam a frear o avanço do petróleo na região

São Paulo, 25 de outubro de 2023 – Diante da crescente pressão em defesa da abertura de novas fronteiras de petróleo na costa amazônica, o Greenpeace Brasil lançou um abaixo-assinado, chamado “Petróleo na Amazônia Não”, para pressionar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governo federal a cumprir o compromisso de proteger a Amazônia e a declarar como uma zona livre de petróleo.
Para chamar a atenção para a urgência do tema, ativistas do Greenpeace Brasil realizaram uma ação pacífica no Rio de Janeiro na noite de ontem (24), com projeções sobre o tema na sede da Petrobras, que acabou de completar 70 anos e pode ter um papel estratégico na transição energética justa do país. Imagens da ação estão disponíveis aqui.
“Estamos chamando o presidente Lula e o governo federal para um posicionamento compatível com o desafio climático que o mundo enfrenta hoje, e para que transformem discursos em ações reais”, destaca Enrico Marone, porta-voz da frente de Oceanos do Greenpeace Brasil.
Às vésperas da COP28, petróleo na Amazônia deve ser a principal contradição do governo
A 28ª Conferência do Clima das ONU, prevista para acontecer entre 30 de novembro e 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, deve chamar a atenção do mundo para a questão da indústria do petróleo em plena crise climática. O evento será uma oportunidade para que o governo brasileiro assuma o protagonismo que pretende na geopolítica do clima, mas, além da redução do desmatamento, o Brasil também precisa conter o avanço da indústria do petróleo na Amazônia – e não incentivá-lo.
Embora o presidente Lula esteja colocando o Brasil como liderança climática e amazônica, este protagonismo está ameaçado pela aposta na expansão do petróleo em áreas sensíveis, como a Bacia da Foz do Amazonas, região que abriga extensas faixas de manguezais e o Grande Sistema de Recifes do Amazonas, uma biodiversidade única que deve ser protegida.
Atualmente na Amazônia brasileira existem 451 blocos, marítimos e terrestres, nas categorias “em estudo”, “oferta” e “concessão”. Tais números dão a dimensão do tamanho da ameaça aos povos, à floresta e aos rios e mares da costa amazônica.
Para o Greenpeace Brasil, priorizar o petróleo é continuar a investir em um modelo que agrava a crise climática e eventos extremos como a seca severa que atinge a Amazônia hoje, uma vez que a queima de combustíveis fósseis é uma das grandes vilãs das mudanças climáticas.
“Apoiar projetos com alto potencial de impacto socioambiental na região é uma contradição que pode fazer com que o país fracasse em se consolidar como potência ambiental e climática em nível global. A proteção da Amazônia é um compromisso assumido pela gestão federal”, afirma Marone.
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