Realização da COP30 é oportunidade para o país avançar em seus compromissos internacionais em prol da transição para uma economia de baixo carbono

O veleiro Witness, do Greenpeace, entre o ponto de encontro das águas do Rio Amazonas com o Oceano Atlântico. | Foto: Fernanda Ligabue/Greenpeace Brasil

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu na terça-feira (18) a criação de um “mapa do caminho” para o fim dos combustíveis fósseis e do desmatamento, reforçando o compromisso do Brasil com a agenda climática global. Essa sinalização do governo em prol da transição tem o apoio do Greenpeace Brasil. De acordo com a organização, o país tem condições de liderar, na COP30, um processo que impulsione os compromissos concretos de outras nações. Ainda que a transição seja um desafio de alta complexidade, o Greenpeace Brasil defende que o debate ganhe forças nas políticas governamentais e nas negociações internacionais.

Vale ressaltar que a própria NDC brasileira (Contribuição Nacionalmente Determinada), apresentada na COP29, já inclui a meta de desmatamento zero e a disposição para debater o fim dos combustíveis fósseis.

“A criação de um ‘mapa do caminho’ para implementar decisões cruciais das COPs, como o fim dos combustíveis fósseis até 2050 e do desmatamento até 2030, seria um avanço a ser muito celebrado por o todo mundo”, afirma a especialista em Política Internacional do Greenpeace Brasil, Camila Jardim. “Após 29 edições buscando acordos sobre ‘o que fazer’ contra a crise climática, é hora de definir ‘como’ colocar esses compromissos em prática”, completa.

Um “mapa do caminho”, como sugerido pela ministra, pode viabilizar essa transição mesmo em um cenário de tensões geopolíticas e agravamento da crise climática. Para isso, o Greenpeace destaca a necessidade de transparência, construção de confiança, metas bem definidas para diferentes prazos e consensos realistas sobre o que cada grupo de países pode e deve fazer. 

“Ninguém tem uma fórmula pronta sobre como colocar fim aos combustíveis fósseis de forma justa, ordenada e equitativa. Para que essa implementação seja possível, os países precisarão testar novos modelos institucionais no regime climático, superando as polarizações que nos impedem de seguir em frente”, diz Jardim. Em relação ao desmatamento, acrescenta Camila, “o Brasil vem fazendo sua lição de casa e pode ser uma liderança importante para mobilizar os demais países a se comprometerem com um plano concreto e executável”. As urgentes crises do clima e da biodiversidade demandam essa ação coordenada.

Sem a ajuda de pessoas como você, nosso trabalho não seria possível. O Greenpeace Brasil é uma organização independente - não aceitamos recursos de empresas, governos ou partidos políticos. Por favor, faça uma doação hoje mesmo e nos ajude a ampliar nosso trabalho de pesquisa, monitoramento e denúncia de crimes ambientais. Clique abaixo e faça a diferença!