Pesquisa encomendada pelo Greenpeace entrevistou pessoas de 17 países em cinco continentes; No Brasil, 93% acreditam que seus governos deveriam fazer mais para combater o desmatamento. 

Em Brasília, ativistas do Greenpeace projetaram a mensagem no Congresso Nacional: “COP 30: Act for forests, act for climate” (em inglês); “COP30: Protejam as florestas” (em português)

Confira o sumário executivo da pesquisa aqui (em português) e as imagens da ação aqui.

Para cobrar por ações florestais mais fortes aos delegados dos países reunidos em Brasília nas reuniões preparatórias para a Cúpula do Clima da ONU deste ano (COP30), o Greenpeace Brasil projetou, neste sábado (11), mensagens no prédio do Congresso | Foto: © Cristiane Silva / Greenpeace

Brasília (DF), 12 de outubro de 2025 — Na véspera da Pré-COP30, em Brasília, o Greenpeace Brasil enviou mensagens aos negociadores de cerca de 50 países que estão reunidos no Distrito Federal, pedindo ações urgentes para acabar com a destruição das florestas, após uma pesquisa inédita mostrar que nove em cada dez pessoas acreditam que a proteção das florestas é fundamental para combater a crise climática. O recado veio por meio de projeções no Congresso Nacional e em prédios de Brasília com mensagens como: “COP 30: Act for forests, act for climate” (em inglês); “COP30: Protejam as florestas” (em português)

Veja as imagens da ação no Congresso Nacional aqui. A reprodução pela imprensa é livre, mediante uso dos créditos.

Impressionantes 86% das pessoas entrevistadas em 17 países em cinco continentes acreditam que a proteção das florestas é fundamental no combate às mudanças climáticas, de acordo com a pesquisa encomendada pelo Greenpeace Internacional e conduzida pela Opinium. Os resultados também mostram que 82% das pessoas querem que seus governos tomem mais medidas em relação às florestas para conter o desmatamento. 

O estudo foi realizado entre 5 e 17 de setembro com uma amostra de 17 mil participantes maiores de 18 anos – foram mil respondentes por país, representativos nacionalmente por idade, gênero e região. Países pesquisados: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Colômbia, Dinamarca, França, Alemanha, Indonésia, Quênia, Malásia, Países Baixos, África do Sul, Coreia do Sul, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos. Os dados completos estão disponíveis para a imprensa aqui.

Os resultados específicos do Brasil evidenciam que que 93% dos entrevistados acham que seus governos deveriam fazer mais para combater o desmatamento; 92% acreditam que proteger as florestas é fundamental no combate às mudanças climáticas; e 80% confiam nos povos indígenas mais do que em qualquer outra entidade que proteja as florestas.

“Este apoio público esmagador envia uma mensagem poderosa aos governos antes da COP30, que acontece pela primeira vez no coração da floresta amazônica. Os líderes mundiais devem ouvir seus povos e agir de acordo com suas responsabilidades morais, legais e políticas para acabar com o desmatamento, a fim de manter a meta de 1,5°C”, afirma a Diretora Executiva do Greenpeace Brasil, Carolina Pasquali. 

A pesquisa foi divulgada durante a pré-COP em Brasília, onde delegações de países, comunidades indígenas e sociedade civil se reúnem antes da COP30 para alinhar as prioridades da COP, incluindo a necessidade de abordar as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade em conjunto.

“Esta é uma pesquisa muito significativa, pois expressa não somente a opinião da grande maioria da população sobre a importância de manter as florestas e todos os biomas de pé e preservados, mas também revela a confiança da sociedade nos povos indígenas para a proteção da biodiversidade do planeta. A ciência já comprovou que os povos indígenas são os verdadeiros guardiões da floresta. Agora, a sociedade vem reafirmar isso e alertar que demarcar e proteger os nossos territórios é uma política efetiva e crucial para o combate ao desmatamento e para o enfrentamento a crise climática global, pois a resposta somos nós”, afirma o coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Kleber Karipuna.

Demais resultados

De acordo com a pesquisa, os entrevistados querem ver seus governos cada vez mais lidando com a destruição das florestas. Eles acreditam que os resultados mais eficazes podem ser alcançados com a cooperação global por meio de acordos internacionais para acabar com o desmatamento (77%) e com o compromisso com um novo plano de ação para deter a destruição de florestas e outros ecossistemas (75%).

Quando se trata de proteção florestal, as populações confiam mais nos Povos Indígenas e Comunidades Locais (78%), bem acima dos governos nacionais (49%) ou empresas (42%). Segundo os dados, 75% das pessoas concordam que os Povos Indígenas devem receber financiamento para proteger as florestas.

“Se quisermos manter a meta de 1,5°C, a COP30 precisará apresentar um plano de ação para acabar com a destruição das florestas até 2030. Os resultados desta pesquisa mostram que muitas pessoas entendem a urgência e querem que os governos ajam. Não há melhor momento do que uma COP na Amazônia para isso”, afirma a  especialista em políticas de biodiversidade do Greenpeace Internacional, An Lambrechts.

Para garantir a proteção eficaz das florestas, o Greenpeace faz um apelo aos líderes globais reunidos na Pré-COP para que:

  • Cumpram seus compromissos e a meta da UNFCCC de deter o desmatamento e a degradação florestal até 2030, com uma decisão que vá além de promessas voluntárias;
  • Forneçam financiamento direto para as soluções de Povos Indígenas e Comunidades Locais voltadas à proteção e à restauração das florestas;
  • Regulem e interrompam o financiamento daqueles que lucram com a destruição florestal.

Greenpeace Brasil propõe plano para fim do desmatamento

A pouco menos de um mês da COP30, o Greenpeace Brasil apresenta um plano de ação para colocar as florestas no centro das negociações climáticas. A proposta defende a criação de um Programa de Trabalho de cinco anos no âmbito da Convenção do Clima das Nações Unidas (UNFCCC), com a missão de implementar e monitorar a meta global de deter e reverter o desmatamento até 2030.

O plano busca assegurar o papel dos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais nas tratativas, garantir acesso direto a financiamento e redirecionar fluxos financeiros para ações de proteção e restauração florestal, priorizando benefícios sociais e climáticos.

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