386 milhões
brasileiros afetados por desastres*
*O número total de afetados considera mais de uma ocorrência por pessoa
Fonte: Confederação Nacional dos Municípios (2013 a 2023)
R$ 293 bilhões
em prejuízos aos cofres públicos por causa da seca e de eventos decorrentes das chuvas
Fonte: Atlas digital de desastres no Brasil, com dados do período de 1991 a 2022
8 milhões
pessoas desabrigadas e desalojadas após eventos extremos
Fonte: Atlas digital de desastres no Brasil, com dados do período de 1991 a 2022
Por que pedimos “Basta de tragédias”?
A seca, a estiagem, os episódios de chuvas e ondas de calor, cada vez mais intensos, são consequências da crise climática que vem sendo agravada por ações humanas – como o desmatamento e a queima de combustíveis fósseis. Uma realidade que não tem sido acompanhada por políticas públicas que evitem danos e incontáveis perdas para as populações mais vulnerabilizadas, aumentando assim as injustiças e agravando as desigualdades sociais, raciais e de renda.
O que vamos fazer daqui pra frente?
O Greenpeace Brasil dá um passo importante com a entrega do abaixo-assinado, e o trabalho por adaptação e justiça climática continua. Vamos seguir monitorando, contribuindo e também pressionando por políticas públicas de prevenção, adaptação e resposta aos eventos extremos, com mobilizações online e offline, articulação e atuação em rede, compartilhando informação, ecoando e potencializando as vozes das pessoas mais impactadas.
Clique aqui e saiba como foi a entrega do abaixo-assinado.
Aprofunde o assunto
O time de Justiça Climática do Greenpeace Brasil tem participado, desde o início de 2023, de ações de articulação para incidir e pressionar o governo federal a revisar e implementar o Plano Nacional de Adaptação, garantindo a participação das populações mais afetadas. Ao reunir assinaturas, passamos o recado de que este é um pedido da população brasileira. Portanto, a sua participação é fundamental para endossar o pedido que está sendo endereçado ao governo federal: basta de tragédias.
É um conjunto de ações feitas em cidades e outros territórios para reduzir os impactos da crise climática. Após a adaptação feita pelo poder público, esses lugares se tornam mais resilientes, diminuindo a chance das pessoas, especialmente as negras, indígenas e periféricas, perderem vidas, parentes, casas e meios de sustento.
As medidas de adaptação variam de acordo com as necessidades de cada lugar e devem ser pensadas junto à população mais impactada pelos eventos extremos. De forma geral, alguns exemplos são:
– desenvolvimento de sistemas de alerta preventivo;
– assistência técnica para construção e reconstrução de casas populares adaptadas e resilientes;
– recuperação de ecossistemas e criação de espaços verdes para aprimorar a drenagem das chuvas e aliviar as ondas de calor;
– criação de abrigos climáticos inspirados no conhecimento e tecnologia dos povos originários e comunidades tradicionais.
O PNA é um plano com metas e estratégias que orienta o Governo Federal na gestão e redução dos riscos da crise climática.
Para o plano ser eficiente, é preciso identificar as principais vulnerabilidades do país, de forma a evitar perdas e danos* e construir instrumentos que permitam a adaptação dos sistemas naturais, humanos, produtivos e de infraestrutura.
* Perdas e danos é um termo utilizado pela ONU nas negociações climáticas e está relacionado às consequências desastrosas das mudanças no clima, em que já não cabem medidas de adaptação.
O PNA foi criado em maio de 2016 pelo Ministério do Meio Ambiente e sua revisão já deveria ter acontecido, mas não há informações disponíveis a respeito. A revisão garantirá que as estratégias e metas estipuladas sejam centralizadas nas populações mais afetadas, em especial quando tratamos de prevenção de desastres. É preciso considerar critérios que contemplem raça, gênero, renda e habitação com estratégia alinhada aos territórios e as áreas de risco.
Tudo! Justiça climática é o entendimento de que os efeitos das mudanças no clima impactam populações de formas diferentes. O Plano Nacional de Adaptação precisa estar articulado com a busca pela justiça socioambiental e pelo direito à cidade, considerando as necessidades das populações negras, periféricas, indígenas, quilombolas, comunidades rurais, pesqueiras e marisqueiras, que são as mais prejudicadas pela crise.
Uma gestão de risco a desastres eficiente precisa:
– Identificar os perigos nos territórios;
– Delimitar as áreas que podem ser afetadas;
– Entender as fragilidades do meio físico e a vulnerabilidade social
– Antecipar os impactos (prevenção).
Tudo isso precisa ser feito com a consulta, contribuição e participação da população.