Primeira versão do texto que será discutido na terceira rodada de negociações da ONU, em novembro, sinaliza avanços mas ainda não responde à crise da poluição plástica à altura
O rascunho zero do Tratado Global de Plásticos foi divulgado pelo Programa das Nações Unidas Para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela presidência do Comitê de Negociação Intergovernamental (INC) no início desta semana.
O texto será discutido pelos governos globais em Nairobi, Quênia, de 13 a 19 de novembro deste ano. Esta será a terceira rodada de negociações para a criação de um instrumento global contra a poluição plástica até o final de 2024.
A primeira versão do texto, que será analisada por mais de 175 países, traz elementos importantes para a redução do uso de plásticos mas não aborda metas mais ambiciosas, que são essenciais para que um futuro sem plásticos se torne realidade.
É o que analisa Graham Forbes, líder da campanha global de plásticos do Greenpeace EUA. Segundo ele, os governos ainda precisam avançar mais para que alcancemos um tratado ambicioso que “feche de vez a torneira tóxica do plástico”.
“O Tratado Global de Plásticos deve reduzir a produção de plástico em pelo menos 75% para garantir que a temperatura do planeta permaneça abaixo de 1,5°C e para proteger as comunidades, a saúde humana e a biodiversidade. Pelo bem do nosso futuro coletivo, não podemos desperdiçar este momento”, argumenta Forbes.
O Greenpeace defende que o Tratado priorize uma transição energética justa para uma economia de baixo carbono, baseada na reutilização. O desincentivo à exploração de petróleo e gás, usados como matéria-prima, é crucial para que a produção desenfreada de plásticos seja interrompida.
Responsabilizar a indústria que lucra com a poluição plástica é outro ponto determinante. É urgente que grandes marcas, varejistas e empresas de alimentos invistam em modelos de reutilização e reabastecimento.
A organização também demanda que o texto apresente ações e metas a serem cumpridas pelos países com base no respeito aos direitos humanos e foco na redução das desigualdades.
Ainda dá tempo!
A terceira rodada de negociações (INC3) acontecerá daqui a dois meses. Ou seja, ainda temos uma janela de tempo para pressionar os governos a se comprometerem com a negociação de um Tratado Global de Plásticos sólido e ambicioso.
Estamos falando de um produto que ameaça a saúde pública e causa poluição durante todo o seu ciclo de vida, desde o momento da extração da matéria-prima até o descarte.
Se o setor dos combustíveis fósseis conseguir incidir no processo de criação do Tratado para enfraquecê-lo, as consequências serão graves. De acordo com relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), se as tendências atuais se manterem a produção de plásticos deve triplicar até 2060.
A Era dos Plásticos precisa acabar! Por isso, te convidamos a pressionar os líderes globais em defesa de um planeta mais limpo e saudável.
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