Da realização da COP30 em Belém do Pará ao desmonte do licenciamento ambiental protagonizado pelo Congresso Nacional; do avanço na liberação da exploração de petróleo na foz do Amazonas aos eventos climáticos extremos que seguem nos atravessando e vulnerabilizando ainda mais os já vulnerabilizados: esse foi um ano pra entrar pra história da agenda socioambiental do nosso país, e o Greenpeace Brasil esteve presente em cada momento, em cada luta e também em cada vitória.

Somos parte de uma onda que só cresce: a de quem ousa questionar, quer mudança e sonha com um mundo diferente. Abaixo, recapitulamos um pouco deste ano desafiador, mas também cheio de vitórias e conquistas!

COP 30 em Belém e a visita do navio do Greenpeace

© Filipe Bispo / Greenpeace

As cores, as vozes e a força das pessoas ocuparam a cidade de Belém durante as duas semanas da COP30, no Pará. Enquanto as negociações climáticas se encerraram sem apresentar um mapa do caminho para o fim dos combustíveis fósseis e do desmatamento global, frustrando ambientalistas e organizações da sociedade civil, a “COP de fora” fez história.

Dentre as diversas atividades das quais o Greenpeace Brasil fez parte, a visita do navio ativista do Greenpeace, o Rainbow Warrior, foi especialmente marcante para nós. 

Depois da passagem por Belém, nosso navio ainda visitou Recife e Rio de Janeiro com um chamado em defesa de justiça climática para as populações das cidades e das costas.

Cerca de 10 mil pessoas visitaram nosso navio nos oito dias em que ele esteve aberto à visitação do público nas três cidades. Obrigada a todos que nos visitaram e compartilham nosso compromisso com um mundo mais verde e justo para todas as formas de vida.

Protesto pacífico na sede da JBS em São Paulo

© Greenpeace

Outro momento marcante do ano foi o protesto pacífico realizado na sede da JBS em São Paulo. Os ativistas do Greenpeace Brasil se fantasiaram de “bilionários”, em alusão aos sócios majoritários da empresa, que é a maior produtora de carne do mundo e tem um papel importante na destruição da Amazônia e no colapso climático.

Nossa investigação revelou, em setembro, que bois criados ilegalmente dentro da Terra Indígena Pequizal do Naruvôtu, no Mato Grosso, foram transferidos para fazenda próxima que, no mesmo período, vendeu gado para unidades da JBS, a maior processadora de carne bovina do mundo.

Esse tipo de operação, conhecido como “lavagem de gado”, é um mecanismo recorrente: animais criados em áreas com algum tipo de irregularidade são transferidos para propriedades “limpas”, que operam de forma regular sob o aspecto socioambiental, e de lá passam a ser comercializados livremente. O resultado? A cadeia da carne continua fomentando atividades ilegais, enquanto empresas lucram com a destruição da Amazônia.

Lançamento do Corre de Quebrada

© Luan Braz / Greenpeace

Em 2025, o Greenpeace Brasil também lançou o projeto Corre de Quebrada, que valoriza culturas periféricas na luta por justiça climática.

A iniciativa homenageia e fortalece quem não se cala diante das injustiças, cria resposta e abre caminho para a construção de uma sociedade justa e sem desigualdades. Do funk ao grafite, do passinho ao slam, das batalhas aos mutirões, o que a quebrada cria também denuncia, cura e propõe uma realidade diferente da atual.

O lançamento, em setembro, aconteceu na Batalha da Matrix, com a categoria “Rap pelo Clima”. As rimas pesadas mostraram que falar de clima, quebrada e da mudança que a gente precisa tem tudo a ver com a cultura de quem que vive, sente, rima e resiste. Em 2026, seguimos firmes para que essa energia se multiplique e chegue cada vez mais longe.

Ação em Copacabana pela “independência de combustíveis fósseis”

© Thomas Mendel / Greenpeace

Nas areias da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, ativistas do Greenpeace Brasil montaram uma frase gigante, de 150 metros de extensão, com os dizeres: “Independência de Combustíveis Fósseis”, uma alusão ao 07 de setembro, data em que o Brasil comemora a independência do país. 

A manifestação pacífica buscou chamar a atenção para o avanço perigoso da exploração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas. 

“A verdadeira independência que deveríamos buscar e celebrar hoje, 7 de setembro, é a que nos liberta dos combustíveis fósseis. No entanto, esse grito de liberdade segue preso na garganta, já que seguimos sem uma perspectiva de um plano de transição energética que seja justo e esteja à altura da liderança climática que o Brasil deseja exercer”, alertou a porta-voz de Oceanos do Greenpeace Brasil, Mariana Andrade.

Infelizmente, às vésperas da COP30 no Brasil, o Ibama liberou a perfuração na Foz do Amazonas, manchando de óleo discurso climático nacional. Ao lado de outras sete organizações ambientais, indígenas, quilombolas e de pescadores, entramos com uma ação na Justiça, apontando os vícios no licenciamento e pedindo liminar para suspender perfuração.

Expedição Respeitem a Amazônia

© Thomas Mendel / Greenpeace

Neste ano, em maio, também tivemos a chance de mostrar como a Amazônia é a prova de que as reais soluções vêm dos povos da floresta. 

Em maio, o Greenpeace voltou às águas ancestrais e amazônicas do Juruá, o rio com mais curvas do mundo. Há 25 anos, quando estivemos lá pela primeira vez, o Médio Juruá, no Amazonas, sofria com o desmatamento. 

Hoje, essa mesma região se tornou um exemplo mundial em sustentabilidade na Amazônia, graças à resistência e organização de comunidades ribeirinhas e indígenas. 

A bordo da Expedição ‘Respeitem a Amazônia’, registramos histórias reais de conservação ambiental e soluções climáticas, mas que precisam de mais financiamento para serem ampliadas.

Sem a ajuda de pessoas como você, nosso trabalho não seria possível. O Greenpeace Brasil é uma organização independente - não aceitamos recursos de empresas, governos ou partidos políticos. Por favor, faça uma doação mensal hoje mesmo e nos ajude a ampliar nosso trabalho de pesquisa, monitoramento e denúncia de crimes ambientais. Clique abaixo e faça a diferença!