Segunda parte da entrevista com o ex-ministro trata das ameaças de retirada de investimentos e os prejuízos econômicos que o Brasil pode sofrer se seguir com a destruição ambiental

Destruição na Amazônia: os olhos do mundo estão atentos ao desmantelamento da política ambiental brasileira © Daniel Beltrá/ Greenpeace

Rubens Ricupero é daquelas pessoas com quem poderíamos passar uma tarde inteira conversando, tamanha sua facilidade em costurar e transitar por assuntos ligados às agendas socioambiental e econômica, o que facilita a compreensão dos mais leigos. 

Nesta segunda parte da entrevista em vídeo que fizemos com o ex-ministro de Meio Ambiente e da Fazenda, no fim de junho, tratamos das ameaças de retirada de investimentos e os sérios prejuízos econômicos que o Brasil pode sofrer em consequência da forma como o governo federal tem lidado com o meio ambiente. 

Veja a primeira parte da entrevista com Rubens Ricupero aqui, que avalia a política ambiental do governo Bolsonaro, e a terceira parte aqui, em que defende uma reconstrução econômica de baixo carbono em um mundo pós-pandemia, com democracia e pressão social. 

As críticas aos retrocessos contra a floresta e seus povos ultrapassaram as fronteiras do país, já no ano passado, quando o número recorde de queimadas na Amazônia colocou o Brasil sob os holofotes do mundo. Recentemente, porém, investidores, governantes e mercados lá fora intensificaram suas manifestações contra o desmantelamento da política ambiental brasileira. 

Um dos eventos recentes foi o que chamamos de “fuga dos trilhões”, em que um grupo de investidores internacionais, que administram mais de US$ 3 trilhões, pressionaram o governo federal pela redução do desmatamento na Amazônia. O risco vai além: empresas brasileiras podem perder acesso a mais de US$ 20 trilhões das carteiras de fundos de investimento com preocupações ambientais, sociais e de governança.

Acordos comerciais que o próprio governo considera importantes também estão na corda bamba. É o caso do tratado entre o Mercosul e a União Europeia, cuja negociação levou 20 anos e finalmente estaria pronto para ratificação. Ricupero avalia que esse acordo vai ficar em banho-maria: “Não será aprovado enquanto não houver uma mudança na política ambiental brasileira”. 

Confira a segunda parte da entrevista com Rubens Ricupero, que aborda também a ameaça de boicote a produtos brasileiros pela União Europeia e a falta de um real comprometimento do empresariado brasileiro com a proteção das florestas e do clima.  



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