As chuvas intensas que caíram em poucas horas em São Paulo mostram a gravidade dos efeitos que as mudanças climáticas já estão trazendo. Nossos governantes têm a tarefa urgente de tomar medidas concretas para evitar danos à população, à cidade e ao meio ambiente.

São Paulo acordou em meio a alagamentos e vias fechadas. Foto: Agência Brasil

O cenário foi de caos. A cidade acordou com água vindo de todos os lados: de cima em forma de chuva, de baixo vindo dos rios e bueiros que transbordaram, dos lados, na vias que iam alagando conforme a água chegava. São Paulo já está diante dos efeitos da Emergência Climática.

Em 24 horas (entre domingo e segunda-feira), choveu o segundo maior volume de água em um mês de fevereiro dos últimos 37 anos, segundo dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

O aumento da intensidade das chuvas no estado de São Paulo não deveriam surpreender. Já era previsto por muitos cientistas que alertam sobre os efeitos do excesso de gases de efeito estufa que nós, humanos, temos jogado na atmosfera, causando o aquecimento global. Agora, estamos apenas diante dos fatos, tendo que lidar com uma nova realidade em nosso cotidiano.

Desde 2009, o estado de São Paulo tem um documento que deveria ser usado para nos preparar para esse cenário, a Política Estadual de Mudanças Climáticas. Inclusive, o seu texto traz previsões de como serão as chuvas do estado nos próximos anos. Um trecho, citando o climatologista José Marengo aponta: “Segundo os cenários brasileiros, aponta-se maior frequência e intensidade nos eventos extremos de curta duração, associados ao aquecimento global como secas, chuvas intensas, ondas de frio ou de calor, vendavais, furacões, inundações e ressacas”.  

Outro trecho traz: “Consequentemente, haverá o aumento da vulnerabilidade e risco aos impactos à população, aos setores econômicos e à biodiversidade na medida em que a variabilidade climática e a ocorrência de eventos climáticos antes não observados se intensificarem”. 

A cidade de São Paulo também tem o seu plano com o mesmo fim. Se as previsões já estavam colocadas no papel há bastante tempo, e documentos do poder público, estudaram e pensaram em como diminuir os efeitos colaterais da chuva, resta saber por que a demora em nossas autoridades em implementá-los.

O estado de Emergência Climática já está dado, é necessário que nossos governantes o reconheçam. Políticas de adaptação a eventos climáticos extremos, junto à políticas de redução de emissões, devem ser prioridades dos nossos líderes e precisam ser colocadas em prática.

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