Organização enfrenta ameaça de petrolífera após manifestações pacíficas contra construção de oleoduto próximo de Terra Indígena em território dos Estados Unidos 

Um grupo de oito pessoas está em pé segurando placas amarelas com mensagens de apoio ao Greenpeace, em inglês e português. Duas delas seguram uma bandeira do Brasil aberta. O cenário é urbano, com plantas e prédios ao fundo.
Ativistas do Greenpeace Brasil se solidarizam com o Greenpeace USA | Foto: Victor Bravo/Greenpeace Brasil

Sobre a decisão de um júri dos Estados Unidos, em Dakota do Norte, que nesta quarta-feira (19) condenou entidades internacionais do Greenpeace a pagarem mais de US$ 660 milhões em um processo movido pela Energy Transfer, uma ação judicial infundada e parte de uma tentativa de silenciar a liberdade de expressão e o ativismo pacífico, a diretora-executiva do Greenpeace Brasil, Carolina Pasquali, comenta: 

Uma condenação de US$ 660 milhões por manifestações contra uma gigante dos combustíveis fósseis é a prova concreta de que os interesses corporativos se infiltraram em todas as instâncias de poder e que, se não enfrentarmos esse assédio ostensivo e abusivo agora, estaremos fadados a assistir à vitória daqueles que vão destruir nossas vidas, as vidas de quem amamos, de nossas comunidades e do planeta”.

Carolina também reforça a importância da rede de solidariedade do Greenpeace e organizações parceiras diante desse ataque à liberdade de expressão e aos direitos da sociedade civil organizada:

Todas as organizações do Greenpeace ao redor do mundo e centenas de entidades parceiras estão unidas em apoio aos nossos colegas. Esse episódio, ao contrário de nos calar, nos fará falar ainda mais alto”.

A ofensiva à organização também foi comentada pelo diretor-executivo do Greenpeace International, Mads Christensen:

O que testemunhamos é um retrocesso perigoso, que agrava a crise climática, aprofunda o racismo ambiental e prioriza os lucros dos combustíveis fósseis em detrimento da saúde pública e do planeta habitável”.  Segundo Christensen, “a administração Trump trabalhou para desmontar proteções ambientais e seus aliados querem acabar com o direito ao protesto. Não vamos recuar. Não seremos silenciados”.

Na avaliação do Greenpeace, o caso é um exemplo claro de SLAPPs (Strategic Lawsuits Against Public Participation) – processos usados por grandes corporações para sufocar financeiramente organizações e ativistas, levando-os à falência e minando o direito à dissidência. Outras empresas de combustíveis fósseis, como Shell, Total e ENI, também moveram ações semelhantes contra o Greenpeace nos últimos anos, ainda que frustradas nos tribunais.

O Greenpeace International segue combatendo essas ameaças e levará a Energy Transfer aos tribunais na Holanda, em julho, no primeiro teste da nova Diretiva Europeia Anti-SLAPP. A organização busca recuperar todos os danos e custos causados por essas ações judiciais abusivas.

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